quarta-feira, 29 de setembro de 2021

A VEREDA CINEMATOGRÁFICA

 

Põe-se um sol no subterfúgio longitudinal de um estúdio
Qual Paramount Pictures, qual Cine de um sítio sagrado
Quando o que se revela é um acetado quase numérico
Em suas plataformas – agora – de trinta quadros por segundo…

Em cada gota de um antigo cristal de prata emudecida
Pela alocução do tempo, o texto elucida quase pedra
Que aquele filme do século passado ainda é válido
Quando se passa o segredo de uma noção algo exata
Naquilo que busca convencer dentro de um estilo realista.

A plataforma do hiper realismo, no entanto, verte um sabor
Ardido de pimenta ou de tempero vagamente moderno
Posto a bússola por vezes se imanta demasiadamente errônea
Quando pensamos que o próprio tempo cinematográfico
Rejeita ruídos naturais que fazem o fator do roteiro.

Nada a que se proponha a vida dentro de um filme
Quando de parecer se possa crer que o andamento
Da carruagem não se apercebe da riqueza dos detalhes…

A cada gesto, a cada sorriso, a cada flor em cena
Os recortes do filme sonoramente passam por encima
De uma competência cabal e risível quando bufa,
Quando apenas de um humor gratuito,
Quando de se rogar que um se aprochegue
Nas faltas do que se faz de um entretenimento
Extremamente salutar nas veias proficientes da cultura
Em que se reserva a parecença que faz o léxico dessa linguagem
Parecer que retorna na mesma bússola equivocada
Ao apontar para o norte para que se possa voltar às casas
E não deixar recrudescer falsas esperanças
Quando a razão de tudo emerge boas consequências!

Nada de um bom filme possa ser relatado sem causas de apoio
Posto este ser essencial em qualquer idade ou lugar,
E que o perdão se faça ciência escolástica sem prejulgar
Aquele cidadão no fim de suas escolhas, de erro ou de vitória
Quando ponteamos as vertentes de alguma chance que tenhamos
Afim de encontrarmos uma vivência cotidiana
Que beire o bem-estar sem chancelar a insensatez
Nos seus mais variados formatos em que a luz se apague
No apaziguar dos versos de uma sacralidade ecumênica
Quando vertemos na voz as páginas do carinho
E quando revelamos que a ação do filme
Não necessariamente se traduza em conflitos
Perante uma violência gratuita
Nos farnéis escusos de uma sociedade
Que se desconstrói nos passos vertiginosos de um filme escuso.

Há que se reconstruir um país através da cultura,
Há que se ater no verso de uma cinematografia
Sem, no entanto, deixarmos de saber que,
Independente dos fatos da narrativa cabal,
A vida prossegue imitando a arte, e esta a vida,
E a linha de montagem em que viramos leitores de séries
Remonte outros e mais antigos filmes
Ou resgatem as histórias mais importantes
Em cenas que se traduzem mais e mais vezes
Conforme a necessidade da Pátria e de seu povo!



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