terça-feira, 21 de setembro de 2021

O PARECER DAS FRENTES

 

           Digamos que a frente se transcorre como uma faixa de mar – justo – desde que nos coloquemos na posição correlata. Quase um infinito, quando pensamos na abertura tíbia de uma baía ao mar alto, e de costa em costa podemos quase descrever um oceano quando entramos finalmente mar a dentro. Dessa espiral imaginária das águas não há muito o que pensar quando a embarcação é gigantesca, mas se Noé fosse hoje passaria trabalho com as madeiras e os tsunamis. Descobrir-se-iam números quase absurdos de casais de espécies, e muitos espécimes inférteis, ou carregamentos infinitos de insetos e bactérias… A frente do barco se reuniria a uma fragata, no mínimo, esquadrinhando caminhos e enfeixando turnos e turnos mais do que se possa, em tempos tão irrisórios como na atualidade. Seriam pareceres às frentes, adiante, seguindo rumos, tentando alocar em terra firme a recriação da Natureza, mas os dilúvios, infelizmente não possuem mais Noés. Talvez noel e seu papel de papai seja mais natural, mas sabemos – felizmente – de sua ficção. Por mais que relembremos diversas crenças encontramos algo, ao menos que seja, um Poder Superior. Se esse poder assume uma sobriedade sem tamanho, não pereceremos na altura em que ele se edifica, pois seguimos qual jônico proceder. Qual colunata imensa, em que todos tem o seu lugar, igualmente, no amém de nossos direitos de participação! Essa mesma participação que engloba muitas e muitas frentes, que edifica, constrói e emancipa um Poder que possa quiçá também ser Bíblico, ou Xamânico igualmente, sem tirar nem por e – pela participação da poesia – quiçá igualmente de Krsna. As frentes todas, o que não nos tirem, o dinheiro que no futuro existirá para as camadas mais pobres, uma justiça social requerida, ou seja, um mundo de terceiro mundismo mais feliz, posto alheio dessa condição de rótulo em que nos colocam como um muro em nossa frente. Altamente transponível, no entanto, transportável em contêineres de esperança, posto que se cite, sem falsas atitudes ou o arremedo de algum sentimento infalível e, no entanto, fadado a ser um lugar onde até mesmo Noé ou noel dariam seus presentes para a humanidade, não importando as frentes ou as gradações da compatibilidade nada efêmera da sensatez.
          Falta-nos dizer das palavras dignas que não hão de fazer frente aos movimentos que regridem nossos processos existenciais. Posto, tudo que há no planeta em que movemos nossos corpos, ou aonde movemos ou utilizamos nossos maquinários, há de não ser apenas uma promessa de regressão do atraso, mas da compreensão em democratizar todas as frentes possíveis dentro da proposta da participação desse imenso oceano que imediatamente circunda ilhas e mais ilhas. Não haveria razão primeira além dessas assertivas da união necessária entre os polos: Ocidente e Oriente, sem o qual só se trata de diásporas e questões refratárias entre povos que deveriam se irmanar, e não partir para o complexo sistemas da eterna vontade de poder. O que se clama é chegarem a visitar-nos boas relações de vizinhança, países amigos, ou Estados soberanos. Não se pode, por questões de retoque ou de maquilagens, obstar aqueles que são de bom caráter e que nos admirem por estarmos claudicando por vezes, em uma Pátria que não verga, e que demanda cada vez mais a compreensão e preservação tripartite. Apenas assim chegaremos a algum lugar, posto a demanda da maldade não nos levar ao nada versus nada. Assim, no bom inglês, deve-se anular qualquer prejudice, intolerance, e se montar a culpa onde ela deva se erguer, mesmo que a ofensa, em tempos como o nosso, seja tão sutil a ponto do desastre à desesperança…
           Devemos temer criar frentes consoantes à truculência, ao pensamento criminoso, às notícias falaciosas, à parcialidade cega, à desobediência civil infundada, ao assassínio em massa, ou ao simples pensamento nocivo a si e aos outros, quando vibra no canal da intolerância de gênero, etnia, ou coisas similares. Se uma nação prega os direitos humanos não vá jogar pedras no vizinho, se ela mesma possui um telhado de vidro, e que não se negue a ajuda às populações mais pobres, se é isso que se pretende ao menos: governar para todos! Não se nega a ajuda do estado em relação às categorias que precisam de ajuda, como não se nega a participação do povo nas coisas relativas à administração pública. Não se desmonta um mundo em razão de tecnologia ou coisas e gigantismos similares quaisquer. O absolutismo já não pertence ao processo civilizatório contemporâneo, e não vamos capitanear o desastre, posto essas ordens de escravagismo acentuadas e crescentes não estão fadadas ao sucesso, pois o despertar da humanidade se dará quando menos se espera!


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