sábado, 31 de julho de 2021

TRAMAS DO DESTINO

 

Quem dera sufocar vozes que se altercam com o infinito,
Quem dera calar a voz da poesia que por vezes tira um tempo
Para amadurecer mais e mais na folha branca do leito digital
A um porém de recrudescer quaisquer reprimendas ocas
Naquilo que jamais será dogmático a ponto de defender doutrinas!

Emborca-se um vaso de antúrios negros, na terra de antemão
Que se revela uma tinta pétrea, revela-se uma contramão
Na tessitura dos velcros que empunham certas armas
Como a caneta, o pincel e as letras…

A poesia não morre, fica em um estagnar-se
Em águas mornas e férteis de húmus
Como em caudalosos rios, e o que antes era a ausência
Não reduz e nem reitera, e se antes houvera morto o poeta
Este ressurge com mais força nos vaticínios das esferas.

Olhamos para frente e vemos pedras tais
Que nem tudo onde olhamos é frontal
Reduz-se o tempo atemporal
Para que sejamos mais e mais formas concretas.

Do que se pede a alguém reptílico
Qual um lobo esfaimado que acredita ser uma jaula
Onde um escritor repousa sobre feridas
Não seria mais do que a profusão dantes anunciada.

Exilados somos de um consenso insípido
Onde o espaço não mostra mais tanta vitalidade
Onde – quaisquer que sejam os homens –
Referem a certo Deus que não nega a exclusão.

Esses deuses de gravata e neons, essa parafernália
Sem um sentido divino, essas pessoas rotundas
E brancas como um leite sem proteínas.

Dita a noite a sua própria trama, convém ao dia
Ser mais um nas contendas de um grande conflito
Onde o desrespeito a certos cânones anunciados
Apenas faz iluminar as ordens Franciscanas!

De monges seremos mais e mais monges
Quais dos claustros observaremos mais escrituras
Que nos revelam do Vaticano em pontífice
De um pontificar mais nobre do que um crente
Que, em sua credulidade acaba por esquecer de Pedro.

Pétrea luz verte dos inocentes de espírito
Quando se encontra com a Verdade dita e feita
Não no afã de se conseguir ignorar as religiões.

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