terça-feira, 20 de julho de 2021

A EMENDA E O ENCAIXE

 

Emendamos o encaixe de nossas próprias peças
Quando o que queremos é subtrair diferenças
Neste moto-contínuo sem tirar nem por
Na vital querência dos saberes em andamento!

O encaixe resta, inteligente, macho e fêmea dos dizeres
Qual peça que não falha, qual dito que não queremos
Mas que na emenda nos dite a regra do se fechar
A peça que queremos ver completa, a mais, fechada…

Uma via a mais: solapada no distanciamento,
Regrada a mais não poder, distanciada no em si e por si,
Regulada no entroncamento das cauções indeléveis
Revela um não encaixe, uma não protuberância da peça.

A saber que convenhamos que as peças sejam azeitadas
No furor da certidão premente, no que o próprio teclado
Possa faltar emperrando as teclas, obscurecendo a forma
De uma poesia que se pretende ainda forte e sinérgica…

De se fazer emergir das teclas um ditado nu e cru
Emergirão outras palavras ressoando como planos
Dentro de renitentes palácios, como fronteiras inóspitas
Onde guarnecemos de furor os nossos vaticínios.

A saber que quando cremos em nossa situação
Soletraremos as sílabas de nossos sonhos ao relento
No imaginar sereno de nossas vezes sem faltas
Ou no refulgir maravilhoso de nossos pensamentos.

Ao pensar em um átimo de segundo,
Ao desatar um nó que seja, no descompasso,
Veremos um mundo se encaixar solene
Quando somos aqueles que fazem falta!



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