Não queremos saber de tudo o que se
passa, posto sabermos algo dos fragmentos em que se tornou o conhecimento
universal, todos os dilemas de nossas culturas, uma fragmentação que nos coloca
cada vez mais frente a frente com a importante linearidade de compreensão de
algo que seja, que nos falta ao ser. Com todos os predicativos do que é externo
a nós mesmos pensamos por vezes que a quantidade de informações por quais convivemos,
dia a dia, seja o esteio de nossas existências. Por vezes não sabemos
justamente se estamos lidando com o que é o certo para nossas vidas, no afeto descoberto,
em um suposto diálogo que seria oculto, mas é exposto aos olhares curiosos de
outrem, que por várias suposições vão contra a construção de um amor sincero.
Na verdade, as questões que se refiram a um propósito de construção ela mesma
de uma sociedade melhor verga sob o peso do que já está erigido, em fundações
que por vezes não suportam a carga secular em que nos encontramos nestes tempos
de especulação de informações que na maior parte do tempo nos reduz a meros
vigamentos superficiais. A pertinência desse fato gigante: erguer civilização a
mais da construção sobre premissas necessárias porém enfraquecidas pelo
processo histórico causa a censura oculta, gerando por isso mesmo a importante
chamada de aclararmos mais e mais as histórias não oficiais, o que é de
desmando, ou mesmo o que a indústria da cultura esconde a fazer ou tentar fazer
padecer nossas riquezas humanas, dentro desse equívoco quando pretendem estar
prestando um serviço às populações, mas na verdade as colocam sob o cabresto da
ignorância.
Por exemplo, podemos saber da capoeira as gingas, mas
nunca verdadeiramente a malícia erguida culturalmente nas raízes da África, em
lutas de resistência cabal do negro, que vão além da técnica, raízes
espirituais que nos legaram os músicos de blues e soul e samba, por exemplos
cabais do branco não conhecer a ancestralidade das culturas, visto acharem que
colocando fantoches representativos na fama descartável das novelas perdurará a
memória popular dentro apenas das cápsulas digitais dos registros... A
aproximação se faz necessária, e a memória passa a ser spiritual. Se passa é que não nos aproximamos de um continente como
a África, nós descendentes de europeus, para não vermos estranhas e profundas
cicatrizes que geraram o fausto palaciano nas moedas de escambo do primeiro
mundismo. Talvez conheçamos melhor o que impõem os veículos e meios de
comunicação que detém o poder frente às massas mais embotadas, mais
sacrificadas e ignorantes, incluso a massa da burguesia – muitas vezes “esclarecida”
– no sentido de censurarem através da imposição cultural industrial o que deve
ou não ser aceito – verticalmente – por entorno, dentro e fora dos países mais
vulneráveis, enquanto ignorantes. Isso inclui os sistemas de comunicação via
celular, que nos embota com novidades, sejam políticas, de arte ou de
movimentos, na razão inversa de bons usos, contando que não sabemos que se
ocultam muitos trabalhadores que não possuem tempo para ficarem em função
desses tamagushis, dividindo os países
e as culturas entre dois polos distintos: as informações e o trabalho.
Seria dizer de uma crítica mais
mordaz, mas atentemos para os fatos de que um homem com capacidade de
pensamento mais liberto por vezes paradoxalmente tem que assumir o erro da
veracidade, pois que o mesmo pensamento diplomaticamente possa alertar sobre
problemas recorrentes nas nossas sociedades, e não é mantendo um estado de
coisas que não resolvem as antigas e massacradas fundações que não necessitemos
aclarar essa verdade de facto. A espoliação da expressão de um ser humano
através da coação de seus atos e liberdade cidadãos deve sempre ser denunciada
pela iniciativa mais premente do diálogo. Ou seja, quando lhe atacam
verbalmente, o diálogo é importante, quando ocultam algo que desde o começo
fazia parte do modo de se portar um canal, por exemplo, que se conteste desde o
início, e não apenas quando se perde um poder, ou totalmente, pois a
contestação de antigas e nocivas concessões evita imporem ao país uma
cegueira do que realmente acontece e como age nossa cultura massificada, pois
quando a tentarem manipular, ao menor laivo de consciência contrária, estas
pulam e creem em outras plataformas e passam a acreditar em demônios e santos
equivocadamente, no que de prático saibamos apenas que o sectarismo, este sim,
é demoníaco, e que pensar em justiças sociais concretas é um caminho para a
santidade, em um mero juízo de valor
spiritual.
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