terça-feira, 17 de setembro de 2024

SABERIA NÃO ESTAR


Soube do que não era
Quando antes tivesse sido
Algo da palavra conforme
Contígua, rarefeita, solo de guitarra no vazio
Onde estaria a cítara dançante
No véu da noiva de um melindroso diretor de arte…

Quando antes fosse, o que jamais houve, e antes seria,
Mas sei do que é, e o que seja uma noite a mais, a possibilidade
De que – já não cito – o que existiria no céu seja o éter, nada mais
Porquanto na aba do meu chapéu já não reside a carocha nua do entanto
Porquanto antes seja, aquilo que desferira no átomo que ressurge em meu Eu
Seja apenas a possibilidade do diálogo que se fechou no intervalo do secreto modo de ser.

E o que fora o temor, a palavra orientada, a saber, quem diria o que no reino encantado
Quando pensamos que um país se torna algo maior do que um comprometimento
E se tanto não seja, basta, que se rompa um dique em outra direção, mas que a água verta
Para um caminho não de consertos, pois o estrago tivesse sido feito na camada mais plena
Mas a represa está liberta, porquanto deixar fluir a água para que se brote outra planta
É abrir caminho para que uma pétala mais secreta se abra para os flancos de um homem...

Nenhum comentário:

Postar um comentário