quinta-feira, 26 de setembro de 2024

COMPULSÃO E RECUPERAÇÃO


               Fixar um padrão para a compulsão do ser humano é trazer à luz certos contextos individuais, onde apenas uma análise pudesse ser mais efetiva, quando se trata de um terreno sexual, de transtornos como o TOC, determinadas enfermidades como neuroses e psicoses, perversões, transtornos onde o sado masoquismo sai da esfera do prazer do casal sem inferir danos, ou mesmo na incapacidade do indivíduo que se torna compulsivo por não aceitar seu sexo, e pode até mesmo pensar em tirar a própria vida, mesmo que fatores externos, no maior número de vezes afete, como a compulsão em retaliar alguém que teve um forte preconceito étnico, contra a vítima, no que esta por vezes se torna compulsiva para tentar a vingança, ou se torna engajada em um movimento em defesa das diferenças raciais, o que já não é mais compulsão, mas sublimação, engajamento, participação em um coletivo que reivindica justiça ou uma vida melhor para outrem.

               Embora a compulsão sexual seja algo quase do fetiche da era contemporânea, teremos na outra ponta a questão da compulsão por substâncias como o álcool, as drogas ilícitas e o cigarro, este quiçá uma das drogas mais difíceis do indivíduo se libertar. Citei a sexualidade no início do parágrafo, pois por vezes a ingestão de substâncias como as drogas em geral, e nelas o álcool incluído, “incrementa” a relação, apimentando o ato, na visão fetichista da sociedade contemporânea, onde muitos só são capazes de ter o que imaginam ser uma “relação sexual plena” se fizer uso da marijuana, e muitas vezes agrega a coca e o álcool, onde a maconha se torna apenas a “erva inicial” que busca “descontrair”, principalmente naquelas moças que são virgens e começam a sua vida sexual nas mãos de companhias que as iniciam nesse sentido. Começa a compulsão a se manifestar enormemente, gerando por vezes filhos indesejados, e o vício, porventura a queda de anjos, simbolicamente dizendo, quando se envereda por um caminho tão grave que pode terminar em um leito de hospital psiquiátrico em um curto futuro, ou mesmo em famílias fragmentadas, ou ainda na rua, onde mais e mais seres humanos sem esperanças maiores em estar sóbrios, andam catando lixos para comprar o que se conhece como crack, que seria a droga onde se compra com mais facilidade a pedra, e se começa o círculo, onde o álcool se torna igualmente apenas o tapete onde se dialoga com essa realidade cruenta.

               Temos porventura uma miríade de realidades que são complexas, pois a compulsão vai fazer com que determinados comportamentos e atitudes ajam de acordo com a coisa quase visceral de se obter determinada substância, onde muitos passam a comercializar as drogas, primeiro: ou para se manter o vício e segundo: outros prosperam, trabalham em um negócio que começa a ficar bem lucrativo e a acabam “cartelizando”, nesse viés de buscar ou trabalhar conjuntamente com fornecedores estrangeiros, importando mais e mais da droga, onde o que se verá na ponta serão aqueles que, à noite, saem em desespero, quais sonâmbulas figuras que sói encontrar nas ruas a vida sem identidade cidadã que não encontram dentro do sistema ou civilização em que vivemos, pois sua compulsão nulifica suas existências, matando-os pouco a pouco...

               Por isso tudo, para um viés de recuperação é importante uma única coisa apenas: proporcionar mais trabalho, emprego, renda, educação, políticas públicas, e atenção especial aos sistemas de segurança nas cidades e mais medicina e acompanhamento psicossocial, pois construir apenas mais presídios e manicômios não adiantará de nada se a sociedade e seus governantes não usarem de ferramentas políticas e econômicas e de maior justiça social para prever os problemas decorrente dessa carestia que possivelmente seria melhor se nossos representantes tivessem maior gana, pois uma nação se pensa conjuntamente com todos os outros governantes, e é desse União que se faz necessário o entendimento da premissa essencial que não reconstruiremos um país se a nossa preocupação é se a empresa X ou Y vai atuar no mercado, e quem é o homem mais rico do mundo.

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