De tudo o que há, um céu que se apresente
Na esfera de um globo, mesmo que não fosse quase ovo
Ao que se disporia ser maior do que o tempo
O cansaço é sólido como a pedra no turbilhão silencioso da aurora
Mas as pernas estão mais duras, a superfície dos caminhos já está azeitada
E o movimento da química quiçá seja quase remoto...
E a morte passa a não ser mais aparência de outrora
Porquanto os pássaros cantam mais belamente do que uma música escolhida a dedo
Em riste que seja, a dois por dois, nas duas mãos, a pareja, o quinhão do fardo
Em que se veste a superfície tênue das sombras naquilo que sobrasse
Posto não ser nada a não ser o que havia
Quando o que desejáramos já se passava de horas mais nuas...
Quando olho para uma estrela posso ver as outras
Mas a ponta da minha lança só alcança, na velocidade da luz
Não os planetas que não oscilam seu brilho no céu, pontos luminosos de vênus,
Mas, outrossim, a superfície de um colo maravilhoso, uma visão tão perfeita
Que as vestes grenás que torno sagradas em um mim mesmo
São tão possíveis como o andamento de una
luna secreta.
quarta-feira, 25 de setembro de 2024
ESTRELAS NO JARDIM
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