quinta-feira, 12 de setembro de 2024
No domínio propriamente humano, o das ciências da cultura ou do espírito, esses procedimentos não são adequados, porque cada “objeto” apresenta uma individualidade própria, irredutível a uma classe no sentido anteriormente definido. Exemplos de realidades assim são as civilizações, seus rituais, crenças e valores, as obras da arte e da imaginação, as normas religiosas, éticas e jurídicas, os sistemas políticos e econômicos. Investigar esse tipo de objeto não é incluí-lo na classe a que pertence – ça va de soi, e nada nos diz sobre o que ele é em sua singularidade. É necessário compreendê-lo (verstehen), o que significa penetrar em seu sentido, revelar sua significação, desvendar o que o torna irredutivelmente “aquilo” e não outra coisa. Assim, estudar a Revolução Francesa, o estilo barroco ou o romance russo exige obviamente definir o que é uma revolução, um estilo artístico ou um romance, mas esse é apenas o primeiro passo; cada uma daquelas entidades apresenta características próprias, mesmo dentro de sua classe, e é isso que importa salientar. RENATO MEZAN.
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