Versa que sejamos mais espiritualistas, e isso é assaz importante realmente, posto escolhemos tal ou qual latitude espiritual, somos filhos do catolicismo, dos evangélicos, da umbanda, do budismo, não importa a designação, por vezes buscamos a força naquelas entidades mais ocultas dentro de nosso ser, e isso é deveras importante para que tenhamos a força em prosseguir em meio ao oceano de misérias deste mundo, posto cada qual enfrenta dificuldades recorrentes, seja no aspecto financeiro, seja de ordem afetiva, ou mesmo na própria inquietação existencial bem como a saúde que nos aflige ou a terceiros, afetando por vezes estruturas familiares já fragilizadas. No entanto, há que se saber que o lado material é sobremodo o que nos pega mais pungentemente, versando ainda, como citado acima, que o espiritualismo nos dará as forças, mas devemos ser pragmáticos em relação a tudo, incluso as inquietações de Natureza política que podem nos afligir, o que supostamente seriam meras sombras de tudo, pois efetivamente, nada, nem ninguém pode nos ajudar, a não ser os famosos “caciques” que atendem tais ou quais interesses de grupos ou estamentos sociais, angariando votos, ou mesmo nas velhas modalidades das propinas, configurando ainda a máfia dos serviços que muitos prestam a partir de seus “celeiros”, produzindo mais e mais desconfianças a partir do momento em que para algumas “empresas” tudo se resolve no toma lá e dá cá…
Quando temos, com honestidade, a garantia de estarmos nos portando bem, quando recebemos um valor vitalício, uma pensão ou algo parecido, por direito e fato, sem injunção política, devemos sempre nos quedar mais tranquilos com relação a isso, pois estaremos já vivenciando modos de estar com uma vida mais estável, na responsabilidade de gerir nossos gastos parcimoniosamente e não tentar sobremodo incursionar por veredas que ainda não conhecemos, e tentar equacionar do melhor modo possível as inquietações concretas de nossa existência, sempre obedecendo ao sono, tentando adquirir hábitos mais saudáveis, e não nos deixar dissuadir frente a obstáculos que por vezes projetamos em outros, mas somos nós mesmos que estaremos sendo agentes de nossos possíveis ou eventuais fracassos.
Sobremodo, uma vida simples com o pensamento elevado, quiçá fosse o quinhão de estar-se bem com amigos ou aqueles que muitos considerariam que você, suposto sujeito passível e vulnerável existencialmente, seria fruto da projeção e introjeção de muitos espectros ilusórios, ou pessoas que quiçá nem conheça, como seus “inimigos”, infelizmente pela interveniência de agenciamentos externos, ou da parte tecnológica, ou mesmo da mídia como um todo e suas inflexões políticas ou de poder estabelecido, quando tudo isso tenciona isolar você como perdedor, suprimindo sua vivência e tornando instrumento de um si mesmo que se perde na esteira do humano e possível, por um viés mais tosco e chauvinista... Teremos que adquirir a consciência de que, mesmo em meio às maiores inquietações da existência de um ou do outro sujeito ou agente, haveremos de ter níveis de compreensão razoáveis para dirimir dúvidas e viver da melhor forma possível as nossas vidas, inclusive aceitando as dificuldades como um tipo de modalidade esportiva, onde o desafio é transpô-las dentro de agendamentos e planejamentos e da ação necessária, onde entremeamos períodos de arrebatamento praticamente anímico ou espiritual, valendo-se de nossos guias e mestres, e períodos onde temos que parar placidamente ao descanso, simplesmente para recarregar as baterias, pois neste mundo material, nossa carne funciona quase como uma máquina, igualmente. A maravilhosa compreensão dos fatos estará sempre em coletivos com maiores luzes, coletivos que se restrinjam a tipos de grupamentos mais reduzidos, onde um tipo de "parentesco reflexo" se nos torne possível a aquisição de laços mais permanentes e afetivamente mais sóbrios, pois não será jamais naqueles que se ocultam por temor que uma família diluída de sangue acabará por isolar outra por questões de cessação dos movimentos, pois será na consecução de novos irmãos construídos pela igualdade de propósitos e de intenções - de fato - que seremos mais felizes perante um Grande Outro, que passa a ser o nosso próprio Eu. E, finalmente, estaremos maduros para amar plenamente uma mulher, se essa for a preferência existencial do homem...
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