sábado, 4 de fevereiro de 2023

O LÚDICO NA VERTENTE ILUSÓRIA

 

                Quanto à matéria e a realidade, são questões cruciais para nos apercebermos que nem tudo que se faz tem cunho anímico, posto tudo na verdade que fazemos é material, quando estabelecemos uma tarefa qualquer, um trabalho de operário em uma fábrica, quando lavamos a cozinha, quando damos uma mamadeira ao nenê, quando se ingere uma garrafa de algo, quando se compra um presente, ou quando caminhamos, pura e simplesmente. Isso é latitude material sempre, a princípio, no exemplo cabal de uma topada na pedra, por mais que estejamos sob o efeito ilusório de uma substância psicoativa, que tem na verdade a faculdade para nos desativar da realidade, a pedra da topada é aquela que estava no mesmo lugar, e a dor se dá do mesmo modo, quiçá nos apercebemos que a reação ao acidente desse pequeno vulto é a questão da relativa modalidade do comportamento... Por vezes o lúdico vem na forma de encenar ou repetir a cena, de recriar para amigos algo de disfarçar um possível erro, quando no coletivo, ou, quando solitariamente, um palavrão em sussurros, ou simplesmente um ai. Na realidade, quando o cenário é mais diversificado, por vezes o lúdico é algo tão divertido que se torna a motivação mais concreta, a bem dizer por exemplo de se encontrar alguém em um tipo de metaverso, na forma de um avatar, qual seja, quando encontramos alguém que não víamos há muito falando de avatar, que Cristo era um avatar, não sabemos que por inferência, se estamos sóbrios e lúcidos, as armadilhas ou ciladas são elucidadas mais claramente, mas reiterando, a ilusão e o lúdico se confundem de tal modo que por vezes o que antes parecia uma brincadeira de criança, pode ser a materialização ou conflagração de conflito que porventura tenha por motivação concreta o comércio de substância algo mais moderna, química, que tenha por questão e jogo, manifestar-se no subconsciente dos jovens, principalmente, com o objetivo em fazê-los embarcar na ilusão do lúdico, em alterar seu comportamento, em se saber no pertencimento de algo, como no caso da maconha, que tanto tem seguidores ao redor do mundo, e efetivamente tem levado muitos a problemas mentais, por associações com álcool ou outras substâncias, no que se perceba que abre a comunicação do pertencimento da ilicitude como plataforma de rebeldia e fuga da percepção da realidade mais imediata.
                O brincar-se com a loucura é algo de retórica irônica, e encontra referência em grandes bastiões da música, nas artes em geral, em eras onde a juventude como um todo tinha em seus ícones culturais justamente a contra cultura, seus movimentos oscilantes, culminando progressivamente em preocupações de ordem de rebeldia em excesso, em questionamentos de ordem familiar, em inadaptabilidade no trabalho, em estigmatização e, na terminação mais trágica, na dissociação psíquica, por vezes continuamente, mesmo depois de compulsoriamente tendo que tratar-se com remédios controlados, cronicizando algo que geneticamente haveria de se apresentar, felizmente para quem possui esses sinais, pois pode se recuperar quando devidamente controlado, ao contrário daqueles que continuam a consumir, e por vezes se envolver em modalidades criminais, onde certamente há situações sem retorno, no caso de violência, assassinatos, estupros, e outras mazelas que as drogas e a drogadição como um todo revelam em seu universo sinistro e assustador. O que antes era lúdico e ilusório transmuta-se em realidade crua, em um encontro em que aqueles que inocentemente fazem uso não sabem ou sequer vivenciam a malícia e a profissionalização criminosa, dos cabeças e chefes que são responsáveis pelo comércio, onde por vezes o comando é dado por poucos, dentro de cartéis que são influentes em contextos de nações e continentes.
                Por vezes o lúdico brinca com o Poder. A ilusão de que se está agindo como subversão da democracia, por exemplo, também traz à tona modalidades que são mais sutis, pois esses elementos igualmente nocivos às sociedades tramam coisas que passam as ser levadas em consideração como trabalho, mais no mais das vezes, também possuem relação com drogas e armas, no sentido de encontrar arcabouços ilegais para manifestar seus laboriosos processos, e empresas surgem, em essência, com finalidades dúbias, onde investigações mais apuradas verificarão que é nessas de cunho tecnológico que existem as semânticas dos códigos de programação usurpadores da bondade, da lei e da ordem dentro do pressuposto democrático, dentro de todo um contexto... A princípio, as linhas investigativas mais rigorosas devem encontrar a relação entre as redes, o tráfico e as armas, e a ingerência estrutural de todos os dados e informações relevantes, mesmo quando buscará em banco de dados de sistemas considerados de segurança o viés supressor de liberdades futuras, e as relações de modalidade em se dirimir dúvidas a respeito da história dos elementos envolvidos, com as questões da supressão orquestral de liberdades e a intenção malévola de encontrar recursos com a estratégia ilícita, seja traficando órgãos, drogas, armas ou tentando arregimentar forças com o sentido de subverter a ordem e insuflar o caos. Esse trabalho preventivo é tarefa diuturna, pois não se muda uma modalidade de ferramenta sem antes descobrir suas alimentações e retroatividades.

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