Um apito apita o
trem de um verso consentido na estrela,
A um navio com três
tons de cinza pálido no correr da aurora,
Talvez uma sombra
revestida de um quinhão que não soçobra
Quando pensamos que
as cordas com velames estão cheias de ar.
Quantos ventos,
que são tantos e partem a alicerçar nossas âncoras
De um
painel irrequieto de destinos, como quem sua o braço
Quando
ergue de profundezas abissais o sonho de outra âncora…
Sabe-se,
querido vento, que passas sobre uma aldeia de mármore
De um
Carrara em que Miguel sonhou em sua Pietá de outrora,
A mesma
veia talhada no cinzel do artífice em Renascimentos
Que partem
a contenda da não aceitação de que isso venha a emergir.
Que
a compreensão do mundo seja uma ciência, em suas
totalidades,
Sabermos que o cipó está ileso na árvore, que o
planar de um pássaro
Reveste de sonhos o ardor de uma nuvem por
não poder voar mais rápido.
Que a luz forte de um poste
na sua acepção de foco seja o olhar do sol
Quando lembremos a
todos que o próprio sol é um olhar do Criador…
Quando
um simples mosquito passar à nossa volta, pensemos que nós
Não
somos capazes sequer de sintetizar um genoma ou compreender
A
total e infinita mescla entre o que se é de gene com os costumes.
Podemos tentar
análises combinatórias com o instrumento do computador,
Mas
sequer aprenderemos em qualquer escola como compreender o
infinito!
E é nesse campo de saber que sabemos, conforme
Einstein, que os dados
Não são jogados nem na criação, nem
na manutenção ou na dissolução.
Seria ótimo que o
nosso século – parodiando Carpentier, fosse de luzes
Que
brilhassem mais do que todos os displays, voltando a um tempo
Em
que víamos no olhar de uma mulher o imenso destemor de se saber
amada,
Em outras luzes de um cristal diamantino a pressupor
nenhum joguete...
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