sábado, 24 de dezembro de 2022

O SAL MARINHO

 


Tantas são do salitre, do sol, do sal em mar que não deflagremos
A voz que pressupõe o poeta em via de um tanto maior que contenta
O não parecer de nexo, posto visto de fora das embarcações de ouro
Ao que se revestem na ideia consubstanciada e própria da multidão
A uma totalidade de sal no provento dos dias deste grande navio vital.

O mar de naufrágio, em se prosseguir, ditará a um ermo distante
Os istmos de corais na fachada de um oceano que tempera, cru, a veia.

Que não é mais do verso, que não se trata de águas, posto sílica
Os ventos desnudam das montanhas, traçando o perfil de uma fera…

A crítica de uma gota na Fossa Joaquina, abissal, de um Everest do mar
Mostra as ondas de um Cracatoa irrompido pelo semblante de Netuno.

Vagas imensas mostram o sal quando as cracas engolem o beijo
Em que languidamente o barco singra quando encontra a tempestade.

Que do barco em mares navegados vá para outra rota que não seja
De um profundo azul em que a intempérie claudica o passar dos anos…

Mas que não seja de uma escuma breve, perto das dunas onde adormecem
Águas outras que não passam por sob estrelas de calcário virgem.

O sol despe em um charque de véspera tardia um remanso onde o marujo
Mistura ingredientes em seus descanso, quando sobram pães na embarcação.

E a mescla farta de uma liberdade de saber ao pão, sindicar com fatos
Que a cura de um casco roto passa por vezes na atenção atilada da vida
Ao que se deve, como em ferida, atadura terna no cicatrizar-nos
Posto traumas também nublam os corações fraternos dos de bom entender.

Assim, posto o canto em suas naus, por vezes em tremendas procelas,
Em suas silenciosas reclusões da matéria, no espírito versado sob céu
Que, de nublado em seus quadrantes, mostra as cores dos astrolábios
Que emergem das luzes em rumos que distam menos tempos às estrelas…

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