sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

A VIA DOS DESTINOS

 

Com o tempo pensei ser o caldo imaginativo
Uma esfera pensante, microrgânica, de bendição,
Talvez mental, talvez espiritual, de non sense,
De não sabermos mais o que seríamos sem o fluir
Onde nossas veias alimentam o nosso coração
Naquilo de se chamar o próprio estamento da alma!

Quando o tempo exaure suas possibilidades
Amamos como a uma peça de jardim japonês
A areia entrelaçada com o bambu ancinho
Na vertente de um Vivaldi e seus violinos…

A espera das companhias que sabem mais
Do que seu próprio verbo, sem mais,
Nos verte no peito a escala dos homens inquietos
Sobre espaçando a silhueta dos ventos.

Quem dera fossemos os números cardeais
A fremir na bússola as mãos mais cálidas
Do que aquela aldeia onde se chega caminhando
E onde ruminamos o próprio tempo do engatinhar…

Onde, crianças somos, a mais do se dizer,
Chegando igualmente sobre as alfombras
A que nos remetem visões do paraíso!

Que um vate nos ajude na tessitura das semânticas
Quando, a se perceber a latitude quadrática do tempo
Escolheremos a areia mais nobre da crisálida
De neve onde a ampulheta navegou o passado…

Triste ode de himeneu nos assombra uma paixão
Que da vertente inquieta se relaciona com o celibato
Na verve inocente daqueles que, sorrateiramente
Entubam o vórtice do prazer em estranhos treinares.

Quanto de se redimir a que se pergunta do tempo
O mesmo temporal se anuncia na palavra episódica
No que saibamos que a maior loucura de uma viagem
É psicodelicadamente estarmos lúcidos para sacá-la!

Saberíamos todos que a vertente que encampa a intenção
Nos abrem serenas nuvens de um algodão adocicado
Pelos nimbos de se decifrar histórias surreais…

Tudo o que a poesia pode revelar transcende a ilha
Convexa de nossas ilusões: o mote sincero
De estarmos prontos para o despertar ao diálogo
Constante da arte que parte para uma armadura
De tal consciência onde o fogo não se apaga.


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