Quando pensamos que os homens seriam melhores se
fossem de tal modo, de acordo com um pressuposto de ideias já
formadas, ou adquiridas com suas melhores intenções, pensamos
estarmos com uma razão inabalável. Vencemos, deste modo, certas
barreiras mentais com certezas que por vezes podem ser nefandas. Se
alguém crê que outro homem ou mulher pensa com mais clareza quanto
tomado pela argumentação espiritual, pode ser que seja um equívoco,
pois a ideia principal de uma vida corretamente espiritual é
sabermos que só temos um espírito, que somos atma, alma, e isso
corrobora pensarmos que nem toda a manifestação da arte é obra de
fantasmas. O que se pode afirmar com mais atinência é que possuímos
um inconsciente muito poderoso, e é deste que podem sair as maiores
obras de nosso século, entre elas uma poesia, ou mesmo um texto de
ensaio, filosofia, literatura, enfim… Se crermos piamente que, em
pleno novo milênio, o que venha da arte, da cultura, da ciência,
são obras atinentes a entidades quaisquer, visto desse ângulo
estaremos desprezando as novas frentes do pensamento contemporâneo.
Uma escritora como Virgínia Woolf não necessariamente seja fruto de
algum espírito obsessor, mas justamente de uma luz que emana da
literatura com um brilho ofuscante, por ser a própria literatura,
assim como em uma pintura de Van Gogh. Ambos enfermos mentais, ambos
gênios em seus estilos, uma na literatura e outro na pintura e
desenho. Se tomarmos a medida da capacidade de um órgão como o
cérebro humano, teremos um praticamente infinito universo conectivo,
e a arte, nem com o maior e mais tecnologicamente computador será
capaz de ser uma mera sombra daquele… O que se prescreve aos loucos
ou simplesmente aqueles que são acometidos por uma enfermidade
psíquica são remédios que apenas podem torná-los mais sensatos,
mas muitas vezes em sua maior abrangência não devem ou não
conseguem – em muitos casos – controlar as sinapses, ou
atrasá-las na conformidade de algum controle. Geralmente isso se
revela nos píncaros do pensamento, e freá-lo não deve ser a função
da medicina, e sim, dentro do contexto de uma maravilhosa ciência,
amplificar a potência sem perdas ou consequentes desgastes da
psique, buscando preservá-la até o mesmo infinito de
possibilidades. Deixando correr solto o expressar, mesmo que – no
exemplo da música e da pintura – os ícones expressivos revelem o
imo do autor, seus medos, seus sonhos e a sua utopia, quando houver.
Desde o crivo da crítica, que a pintura não deixa de ser o mesmo
suporte de sempre, já que o que antes se pintara não se repete
jamais, e a dialética da arte passa a ser nosso reboque estrutural
da psique, e seus desenvolvimentos artísticos consignados pelo
gesto, razão e força espiritual, aí sim, a reboque de duras
conquistas de fé ou similares que resguardam zelosamente o artífice,
artesão, pintor, poeta, escultor e etc.
A fé ponteia a vida
de um homem através de sua coragem, isso é a determinação da fé,
conforme pregou Jesus, o Cristo. Vários outros homens e mulheres de
coragem, no exemplo cabal de Joanna D’arc, por exemplo crível,
vemos a força espiritual centuplicada na coragem em libertar algo ou
alguém, um real exemplo, assim como Zumbi, Mandela ou Malcom X, na
vicissitude de lutar irremediavelmente por seus povos, por suas
nações, por suas resistências. Assim como aqueles que defenderam
suas ideias frontalmente, sem considerar entraves ou obediências a
cartilhas pretensamente e zelosamente absolutas dentro do contexto de
qualquer hierarquia sutil ou declarada. Obviamente, no Apartheid Sul
Africano, as leis protegiam o branco e segregavam o negro, e foi a
resistência heroica de Nelson Mandela que pôs termo nesse tipo de
Estado atrasado e despótico. Como disse Miguel de Cervantes: conhece
a tua aldeia e serás universal. Mandela conhecia seu povo e, como
tal, sabia como combater essa tirania estrutural. No continente
Americano, como um todo, alguns lideraram para saírem vitoriosos em
inúmeras lutas nas cidades, nos campos e nas florestas, nas águas,
nos rios, no sul e no norte. É como foi Stalingrado, em torno da II
Guerra Mundial, que passa a virar o jogo no Leste e põe fim na
tirania Nazifascista em torno do globo. Essas questões são
factuais, e o papel da imprensa mundial sempre será mostrar a
verdade do que ocorre, seja nas páginas policiais, na política ou
na economia, na cultura e na arte, quando não se torna um negócio a
mais a ser comprado por grupos que, hegemonicamente, vituperam contra
a verdade e a imparcialidade tão necessária em tempos de crise que
por diversas vezes acometeram o andamento das sociedades mundiais, no
exemplo claro da Guerra Fria e seus dias.
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