segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

UMA HISTÓRIA SEM FIM

 

          Quando pensamos que os homens seriam melhores se fossem de tal modo, de acordo com um pressuposto de ideias já formadas, ou adquiridas com suas melhores intenções, pensamos estarmos com uma razão inabalável. Vencemos, deste modo, certas barreiras mentais com certezas que por vezes podem ser nefandas. Se alguém crê que outro homem ou mulher pensa com mais clareza quanto tomado pela argumentação espiritual, pode ser que seja um equívoco, pois a ideia principal de uma vida corretamente espiritual é sabermos que só temos um espírito, que somos atma, alma, e isso corrobora pensarmos que nem toda a manifestação da arte é obra de fantasmas. O que se pode afirmar com mais atinência é que possuímos um inconsciente muito poderoso, e é deste que podem sair as maiores obras de nosso século, entre elas uma poesia, ou mesmo um texto de ensaio, filosofia, literatura, enfim… Se crermos piamente que, em pleno novo milênio, o que venha da arte, da cultura, da ciência, são obras atinentes a entidades quaisquer, visto desse ângulo estaremos desprezando as novas frentes do pensamento contemporâneo. Uma escritora como Virgínia Woolf não necessariamente seja fruto de algum espírito obsessor, mas justamente de uma luz que emana da literatura com um brilho ofuscante, por ser a própria literatura, assim como em uma pintura de Van Gogh. Ambos enfermos mentais, ambos gênios em seus estilos, uma na literatura e outro na pintura e desenho. Se tomarmos a medida da capacidade de um órgão como o cérebro humano, teremos um praticamente infinito universo conectivo, e a arte, nem com o maior e mais tecnologicamente computador será capaz de ser uma mera sombra daquele… O que se prescreve aos loucos ou simplesmente aqueles que são acometidos por uma enfermidade psíquica são remédios que apenas podem torná-los mais sensatos, mas muitas vezes em sua maior abrangência não devem ou não conseguem – em muitos casos – controlar as sinapses, ou atrasá-las na conformidade de algum controle. Geralmente isso se revela nos píncaros do pensamento, e freá-lo não deve ser a função da medicina, e sim, dentro do contexto de uma maravilhosa ciência, amplificar a potência sem perdas ou consequentes desgastes da psique, buscando preservá-la até o mesmo infinito de possibilidades. Deixando correr solto o expressar, mesmo que – no exemplo da música e da pintura – os ícones expressivos revelem o imo do autor, seus medos, seus sonhos e a sua utopia, quando houver. Desde o crivo da crítica, que a pintura não deixa de ser o mesmo suporte de sempre, já que o que antes se pintara não se repete jamais, e a dialética da arte passa a ser nosso reboque estrutural da psique, e seus desenvolvimentos artísticos consignados pelo gesto, razão e força espiritual, aí sim, a reboque de duras conquistas de fé ou similares que resguardam zelosamente o artífice, artesão, pintor, poeta, escultor e etc.
          A fé ponteia a vida de um homem através de sua coragem, isso é a determinação da fé, conforme pregou Jesus, o Cristo. Vários outros homens e mulheres de coragem, no exemplo cabal de Joanna D’arc, por exemplo crível, vemos a força espiritual centuplicada na coragem em libertar algo ou alguém, um real exemplo, assim como Zumbi, Mandela ou Malcom X, na vicissitude de lutar irremediavelmente por seus povos, por suas nações, por suas resistências. Assim como aqueles que defenderam suas ideias frontalmente, sem considerar entraves ou obediências a cartilhas pretensamente e zelosamente absolutas dentro do contexto de qualquer hierarquia sutil ou declarada. Obviamente, no Apartheid Sul Africano, as leis protegiam o branco e segregavam o negro, e foi a resistência heroica de Nelson Mandela que pôs termo nesse tipo de Estado atrasado e despótico. Como disse Miguel de Cervantes: conhece a tua aldeia e serás universal. Mandela conhecia seu povo e, como tal, sabia como combater essa tirania estrutural. No continente Americano, como um todo, alguns lideraram para saírem vitoriosos em inúmeras lutas nas cidades, nos campos e nas florestas, nas águas, nos rios, no sul e no norte. É como foi Stalingrado, em torno da II Guerra Mundial, que passa a virar o jogo no Leste e põe fim na tirania Nazifascista em torno do globo. Essas questões são factuais, e o papel da imprensa mundial sempre será mostrar a verdade do que ocorre, seja nas páginas policiais, na política ou na economia, na cultura e na arte, quando não se torna um negócio a mais a ser comprado por grupos que, hegemonicamente, vituperam contra a verdade e a imparcialidade tão necessária em tempos de crise que por diversas vezes acometeram o andamento das sociedades mundiais, no exemplo claro da Guerra Fria e seus dias.



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