domingo, 27 de fevereiro de 2022

GUERRA E NATUREZA

 

          A incompatibilidade entre o ser é o nada em ser ninguém… Quando achamos um material bélico como símbolo de uma resistência ou em contrapartida de uma ofensiva derivamos ao achismo de espectadores distantes da realidade nua e crua da covardia. Esse limiar que engaveta acordos que mal saem de papéis de semânticas orquestradas, as mesmas que encampam a Natureza e seus animais, incluídos os homens. Quando estes se comportam como asnos em suas devastações, mas não, o que pesa é a guerra contra eles mesmos, a guardiã de um luto profundo contra a espécie. Enquanto estiverem se divertindo com emissões cáusticas, tanto noticiosas escondendo a verdade ou de gases sinistros na atmosfera, tanto visível quanto invisível. Passa a não importar tanto os horrores que se passam com guerras de monta mais “tradicionais”, como as do Oriente Médio e da África, nos golpes ao redor de um mundo de terceira mas, quando a guerra é um embate direto a grita se passa a acontecer. Não, a guerra não é natural e a natureza não é virulenta, posto nossa espécie não ser nada com relação a uma mera vizinhança com um formigueiro, em menor espaço e, no entanto, holisticamente mais inteligente, posto encontrar soluções e táticas funcionais tão significativas antes do sapiens se estabelecer por aqui como um elo distinto! A exposição da grande arte seria uma solução a uma grande guerra. E a paz: vocabulário quase indizível, porém necessário.
          Se uma nação é sobremodo rica e funciona dentro de seu próprio mercado interno, se comercia com outras no sentido mais honesto da palavra, há que se respeitar, posto o livre mercado seja livre, por suposição. Agora, haver restrições de cunho logístico para encanecer uma contenda mais antiga do que o milênio passado é coadjuvar com o chumbo e a pólvora. Não se espere isso da humanidade, mas concórdia e paz, e que essa paz seja como os nossos santos de outrora tanto se dispuseram a lutar por ela, nas plataformas da austeridade e do sacrifício. Se muitos homens sofreram martírios para defender o cristianismo, por exemplo, quem não dirá fazermos o mea-culpa de que isso seja vão como ir ao mercado comprar um fuzil de assalto, ou, o que é pior, estabelecer leis que o permita… Se tornarmos isso corriqueiro e cotidiano, como faremos para elucidar uma investigação mais detalhada a respeito mesmo da condição humana? Seríamos sábios mesmo com Voltaire e Montesquieu, ou de nada valeu o Iluminismo para tantos e tantos na esfera tíbia de nosso planeta? Não estamos falando da matança de animais, mas de seres humanos… Não, falaremos da matança em nossos abates de porcos, bois, aves e experimentos no mínimo assaz cruentos por si, e falaremos do destino de nossa Era que se avizinha. Justo, alimentos violentos geram seres por natureza predadores, mas desprovidos da razão, e outros que dispõem de sua predação por estranhos treinares e estranhas hierarquias, quando mandam seus soldados para o abate, ou abastecem civis com armas para combater homens assaz treinados e truculentos. Mas que, no entanto, esboçam seus esforços para dirimir dúvidas através de conspícuos tabuleiros no xadrez com destino certo, qual alocução de recursos para tornar o mundo – que não tem mais espaço para refugiados – um grande campo onde se concentram a solidão e o desespero. Isso é vida que se tenha, será que caminharemos para uma guerra total, ou será que a comunhão resulte em alguma primavera que travista de flores o quintal anunciado de cada qual?
         Abaixem os comandantes, pois destes não precisamos quando na linha da guerra, e sim quando estes comandam algo que frutifique as questões que não precisam estar fundamentadas em cartilhas antigas. De despóticos gestores ou administradores estamos de caos cheios, e que na vanguarda de serenas atitudes possamos ter a coragem ao menos de nos permitirmos ao amor, seja ele na plenitude ou em um pequeno vaso.


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