quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

O JOGO E A FORMA

 

Na virtude indômita
Não carecemos da intencionalidade
Mesmo que, por pressupostos outros
A vida se desencontre por vezes com a arte…

O caudal rumoroso de nossas frentes
Exige uma permanência dos dias
Em que, por pressuposição vária
A tese não se coadune com a prática.

Não encontramos o jogar-se a um dado sequer
Mas formalmente haverão todos os jogos
Exclusivamente históricos e sagazes

Em uma – infelizmente – astúcia informal.

O melindre de nosso jogar com os significados
Mostra a forma de Tai Chi: o chi, a essência.

O grito vira apito, a camiseta, bandeira,
O mar fica bravo sob a ponte,
A bola reside na brevidade de 45 minutos…

Enquanto a caravana diste ainda uma hora
Os plantéis noturnos embebedam as noites
Com suas luzes artificiais, posto sabermos
Que o trago perigoso pode se juntar ao carro
E navegar, como uma arma, ao longo das avenidas!

E, no maior entorno de uma superveniência,
No estudado jogar de um homem e no gesto feminino
Relativiza-se a forma que não suporta a si mesma
Quando a verdade hábil a encontra de supetão.

Dizermos a nós mesmos que a ingerência ao assunto
Que já seja questão pronunciada há milênios,
No mínimo é sacrificar toda a experiência humana
Com um despertar silencioso da penitência de alguém.

E se, por um acaso do destino, a austeridade não vigorar
No cerne, no âmago do ser que presume um devoto fiel
Não haverá mais a menor possibilidade de coexistência
Dentro daquilo que se queira na pronúncia gratuita do amor…

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