quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O PENSAMENTO ESCALAR

            Por escalas, subentende-se uma mensuração, determinada por comparações entre si, e convenções humanas... Seus números são um tipo de cerne, posto conquista civilizatória, e que perdoem a ignorância de muitos de nós, a não saber de origens exatas. Mas que a terra não se meça tanto, que a coleta não media muito, talvez, a não ser em seus cestos, no antropológico artesanato de palha, que vinha de outra coleta e de outro processo civilizatório, o fazer: a manufatura. Resta, para simplificar, que saibamos de certas ordens e processos e convenções. E que remontam muito tempo, quiçá desde o osso ferramenta mesma esta, com a arte e as comunicações rupestres. O tempo igualmente, o tempo escala, a medida do tempo e seus milênios e séculos, suas construções e seus descasos, em que o mesmo tempo não signifique muitos daqueles, mas que este é irmão do ser sapiens porquanto a íntima relação com atos reflexos, com as atividades, lógica e o uso dos números sempre na história das civilizações que criaram a referência mesma, esta. Quem diria se compreendêssemos uma literatura do tempo em que este não existisse, onde cada parágrafo fosse como o Jogo de Amarelinha, de Cortázar: grande escritor argentino. Pois sim, ou o tempo relativo de um filme, que lida muitas vezes com arquétipos que não se sabe exatamente quais são, pois o trabalho de Jung talvez precisasse de mais um pouco daquele. Os arquétipos que talvez em sua superfície denotam comportamentos, estes sim numerados e quiçá listados, como referências, ou mesmo patologias. São recursos que servem à medicina como um todo, mas igualmente na acepção de como fazer uso de uma força de trabalho, em um exemplo notório, em que as referências tornam-se novos arquétipos, ou modos de enxergar o mundo de forma a que nos distanciamos um pouco do humanismo para darmos lugar ao fator produtivo. O que gera a riqueza pode ser ou ter sido convencionado em fatos ou doutrinas, mas a motricidade muda quando o fator humano se decalca de um processo apenas fabril e encontra em novas tecnologias em um fator de poder, no viés em que permite que a comunicação se amplie, tornando factível a mesma tecnologia que transforma ou muda, e sua revolução tecnológica. A capacidade do diálogo se amplia, mas por vezes nos fecha em estarmos meio plugados a uma motricidade de valor que nem sempre abraça a realidade: o ser concreto. Essa mesma motricidade que impulsiona o ser social, abraça inquestionavelmente a capacidade de diálogo por mensagens, o que gera quiçá algo de linguagem e apropriação de informações sem precedentes, com uma transparência tão assustadora que o que é do próximo possa ser colocado em exposição sem critérios de privacidade, esta em que a lei deveria prever com mais rigor, ao triste encontro de sabermos finalmente que nem tudo o que falamos nós, como seres de comunicação, temos já a ciência de que pode ser tolhido por vezes em leis dissonantes e paralelas, tornando a coação algo natural, e a liberdade sã algo relativo.

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