domingo, 18 de setembro de 2016

DE SE CHEGAR À VIDA

Que se apronte uma bagagem maior do que possuímos ao chegar,
Uma vida em que aportamos nela em um quê de qualquer proposta
Em que se nos dite uma boa querência, quem sabe, um portar-se.

A vida se nos aprofunda de fatos que o sucesso não é justo por vezes
No que sucede de não termos aqueles que a vida de muitos encerra
Por um caudal do que é uma fama, por uma má fama que não se é...

A vida se chega, e nela estamos, quiçá sem prumos mais coerentes
Dos que os muitos em cada escarpela, em cada vizinho ou rumor
Na superfície crua por vezes em certos desatinos, mas que temos chances!

Em cada vela enfunada navegamos, mesmo em procelas onde as baixamos
Querendo que o ardor dos ventos não sacrifiquem os panos tecidos
Nem as amarras que deixamos suspensas nos mastros de nossa existência.

Que soe o tambor dos reflexos marinhos, que soem os trovões na estrada
Que se imanta ao sabor dos oceanos, que se veste de nenhum rancor
Posto esse se dilui ao sabor de algo muito maior do que a intenção...

Posto a Natureza ser maior do que nós, e virmos como um pequeno peixe
Se sustém em orla convulsa lembra a nós que o vimos em outros mares
Na veia em que o poeta não convulsa sentimentos, mas os adormece.

Depois de noites de tormentas, o barco segue sob o facho da luz diurna
A ver que tantos motes são a razão da profundidade de nossas atitudes
Perante algo em que em um domingo tempestuoso jorra a poesia reflexa!

Melhor será pensarmos em algo que nos seduza menos do que as sereias
Que tangem o coração dos homens como algo que não se traduz muito
A que não seja o grande corolário do mito da mulher e seus encantos.

Em que comecemos a navegar, homens e mulheres, adultos e crianças
Em um barco de longo calado, quiçá em mares de canal, a que Suez
Seria livre em outros tempos antes das demarcações do ouro negro.

Em que Egito fosse Egito e toda a sua monumental ancestralidade
Daquilo que não nos legaram apenas o conhecimento impresso, registrado,
Mas o encontro do povo que tenta viver em um lócus por vezes impensado...

Monumental é a ciência do homem, grandes são as conquistas do saber,
Mas enquanto justificarmos quaisquer guerras, saberemos que há engrenagens
Que só funcionam com o uso de um militarismo vão quando não prega a paz!

Essa paz, essa conduta, não há de abraçar golpes, não há de suprimir países
Em suas tentativas atávicas históricas de compartilhar fronteiras amigáveis
No sentido de participarem ao menos do comércio cru e são entre os povos.

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