segunda-feira, 11 de julho de 2016

O POST PERÍODO

            Dizer de uma periodicidade relativa é como não escrevermos tudo o que diz respeito a algo que se aproxime da verdade que cada um saiba que existe em algum lugar, desde uma plataforma concreta em que o tijolo é um tijolo até a origem de uma pincelada em que sabemos que possa incluir na expressão igualmente a subjetividade do ato. Talvez vivamos um período posterior ao encontro que se fazia com a arte e recorrentemente os artistas possuem a necessidade de encontrarem suas raízes onde deixaram fincadas as realizações e feitos grandiosos... Apesar de seus erros históricos de dominação, a Igreja permanece substancialmente como um território onde a arte pontifica suas grandes realizações em diversos séculos, a partir do momento onde vemos a cristandade repleta de obras maravilhosas que resultam da aproximação dos artistas com a sacralidade. Inegavelmente, esse patrimônio avulta na Europa, mas trás na história brasileira grandes momentos que vão de peças memoráveis que traçam os perfis das artes, ofícios e artesanatos de nossa história cristã. Assim como na Índia os templos sagrados são maravilhosamente decorados, em belíssimas e igualmente seculares arquiteturas, que fazem da Índia uma pátria espiritual do Oriente. Não podemos historicamente nos colocar como críticos dessas obras memoráveis da civilização tanto hindu como europeia, pois se assim incorrermos estaremos contestando patrimônios artísticos culturais da humanidade. Igualmente, infelizmente muito do tesouro árabe foi destruído com as guerras e traços de uma civilização inteira em seus museus foram saqueados ou destruídos, basicamente por uma ânsia da ganância em conseguir o petróleo, independente da situação em que se encontram agora esses países.
            Se partimos do pressuposto de que uma nação ou uma religião como a católica, por exemplo, merece a crítica sistêmica de outras religiões, estaremos depondo contra a ordem social e a liberdade de culto, pois o catolicismo – para o ocidente – ainda é a principal corrente teológica e sagrada, em que o Papa Francisco se revela como um santo de nosso século atual, e nada explicaria igualmente qualquer perseguição a qualquer credo, pois se o fazem isso merece uma intervenção cabal e precisa. O Estado deve ser laico, justamente para fazer valer a liberdade de culto e o respeito aos sacerdotes e religiosos, tanto no culto cristão como na idolatria e outras vertentes importantes, como as crenças indígenas e a preservação de suas culturas, onde o “missionário” dede imiscuir-se de intervir em suas regras tribais.
            A todo o momento vemos que a Igreja é desrespeitada, vemos cristãos criticando cristãos, bíblias diversas que não se coadunam, frentes de evangélicos traçando políticas excludentes e maometanos sendo perseguidos mundo afora. Toda essa exclusão social se deve à intolerância que está fazendo valer seus dogmas impostos politicamente, em um atraso que revela frutos intragáveis, como o peso que exerceram os partidos religiosos na quebra da democracia brasileira.
            Resta sabermos a que ponto chegaremos quando as mídias e os poderes políticos usam de sua repercussão na sociedade para que tracem sinistros projetos, onde a origem de certas religiões atendem a interesses externos, são um modo estratégico de manipulação de poder e intervenção na boa vontade das gentes. Obviamente, sabemos de que usam todas as armas para alterar o destino de uma humanidade que sofre do mal da ignorância, e abre espaço para uma única leitura social, um dogmático olhar que fere a diversidade esta como um grande mosaico cultural que deve persistir nos olhos de quem carece de mais luzes no panorama de nosso país. Resta olharmos para o olhar de Eduardo Cunha, por exemplo, e não veremos a serenidade que encontramos em um verdadeiro homem de Deus!

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