segunda-feira, 25 de julho de 2016

O PODER DA PAZ ENQUANTO VOZ

           Sequer saberíamos algum segredo sobre a paz entre os povos que não fora através do que a nós mesmos sucede, entre nós, irmãos de espírito, irmãos de carne. Pois se não fora algo próximo a essa circunstância, de sabermos ao menos como somos, de nos aprofundarmos no conhecimento de algo que verse sobre o substrato do humanismo, não estaríamos enredados, como a exemplo de certas “regras” da espiritualidade, na versão de que uma ou outra religião é salvadora, nos resgata, nos ensina algum dogma, nestes todos que buscam diferenciar, com suas mesmas regras, o “possível” da paz... Dogmas estes que são exatos para um tipo de circunstâncias, uma cultura, um costume, mas que jamais deveriam se impor sobre outros, no que uma massa famélica de ódios aplaque suas sedes religiosas por vezes na firula de um detalhe, ou na sutileza de uma maldade justificada por escritura, história, motivo, ou mesmo a fraude que tudo isso significa. A Paz é uma voz, e sabermos de escrituras pode ser algo assaz importante, enquanto atinente de um diálogo, enquanto atinente dessa mesma voz. Sabermos diferenciar o que é uma segregação ou um Eu inflacionado descarta a que não desprezemos o anonimato por vezes tão necessário, em que por vezes damos a impressão a nós mesmos que começamos de um zero, mas de um zero válido, pois que isso valida um caminho como a cada manhã, e que esta posição seja de vanguarda em consciência, de uma Ciência sem par, de estar ciente do que acontece, mas com o equilíbrio de emanciparmos a justa voz do timbre da tolerância e no tom do conhecimento... Saibamos que temos a economia dos países, da pujança toda, de um certo gigantismo recorrente no nacionalismo de certas nações que aparentemente são mais independentes, mas que temamos um pouco o exacerbado extremismo que pode acometer um Ocidente em sua desesperança com relação ao próximo que, no entendimento cabal dessas mesmas nações, torna-se o cidadão compatriota, e a exclusão do estrangeiro, pautada por conceitos ideológicos extremados em seus sentimentos iniciais de xenofobia e decorrentes alusões de coação étnicas. Seria talvez um estranho paradoxo afirmarmos que no seio das violências mundiais estará mais guarnecido aquele que possuir o óleo, ou aquele que possuir a água, quando sabemos igualmente que estes dois elementos da natureza não combinam jamais. Um, extração e poluição, a outra, preservação e limpeza.
            Todos estão quase cientes de que a violência está desmedida, que estamos nos tornando ou seres beligerantes como proteção, ou como agressão mesmo que em retaguardas de defesa, ou mesmo empolgados em nada ver quando então cercados em condomínios que temos a ilusão de que estão muito seguros, e que passamos a colocar em nossos olhos a pontual venda da ignorância, de ignorarmos literalmente os fatos. O alarme do mundo no que nos cerca chega a ser de tal intensidade que não nos comovemos nem mesmo quando sofremos o duro golpe em nossa democracia. Fica elas por elas, e a maioria se anestesia em seus ópios, em suas ilusões, e suas frentes de grupo virtuais, passando a viver no silício a maior parte do tempo. Tentemos ver a voz da Paz. Pois sim, que caminhemos mais, a ver na superfície do mundo nossas ruas, nossos bairros, a ver que nos aproximemos de um jardim, a ver a política finalmente com bons olhos quando de lavras abrilhantadas, a sabermos que no coração de um inseto está a mão do Criador, mas que esse inseto não professa a sua religião, e quiçá tenha um espírito brilhante como uma pequena luz em sua própria seiva que alimenta a vida. Havemos de ver uma planta com a comunhão referida de mesmo modo, a ver em tudo, mesmo que sejamos ateus, nenhuma superioridade no sentido de termos mais direito ou não de vivermos do que outros seres, e que um cão pode ser tão companheiro como um humano, pois que a referida evolução das espécies não culminou em um ser mais evoluído, mesmo que o Gênesis tente explicar nossos erros, mas que o mea culpa existe e deve existir em uma remissão a que pelo menos não erremos muito no que já evidenciamos pecar, pois é errado sermos pecadores, já que podemos, cada qual em sua limitação, atingir a perfeição enquanto tentativa de seguir com atitude, seguir com uma tendência de bondade, pois agora, camaradas, já não há mais espaço para contendas, e a revolução deve ser espiritual, no mano a mano, com a voz que pronunciamos e clamamos na direção da Paz.

            A democracia, mesmo em frangalhos de ausência interina, como a nossa, revela ainda os alicerces fundamentais para que possamos prosseguir, com o mundo em crise, mas que tenhamos a consciência que pelo simples fato do Brasil receber bem os estrangeiros que para cá vêm, algum caminho que tracemos para nos mantermos ausentes das crises de identidade política de alguns usurpadores que tomaram o poder nos mostrará seguir com firme determinação de que ainda somos um país que – apesar da criminalidade – ainda possui gente que torce e preza pelo bem estar de um todo na acepção da liberdade e concomitante inclusão dos mais necessitados. A saber, seríamos melhores se fossemos socialistas, se repartíssemos o pão, mas havemos de tomar cuidado por enquanto com as definições mundiais, pois que urge termos a serenidade crucial a que porventura não caiamos a querer lutar de modo ininteligente, já que a humanidade caminha mesmo para essa acepção: pois que o pão será repartido...

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