sexta-feira, 22 de julho de 2016

O BRASIL COMO PÊNDULO

            Uma narrativa algo complexa traduziria o modo como vemos o nosso país, assim, de estarmos vivenciando a ponta de uma grande crise moral e espiritual justamente onde – nas Américas – nosso Brasil sempre pontuou como uma pátria com tantos codinomes quanto são os estrangeiros que bem recebemos em nosso solo. Nunca vivenciamos a Guerra e hoje, por incrível que pareça, a palavra treinamento está na ordem do dia... Não estamos por cá vendo algum desejo na face de um/a artista a temer gratuitamente, pois a sensibilidade que aflora nesse teor manda que resistamos bravamente a fazer da arte não apenas um instrumento de nossos sonhos e entusiasmos, mas a ensejar que não haja coação de qualquer espécie, seja econômica ou política, ou de algum povo que se julgue superior e ande por aí correndo a estampar na face crua de pessoas mais verdadeiras a alcunha da traição ou o prenúncio de derrotas existenciais, como vimos estar acontecendo esse fato em várias as esferas sociais. Tenhamos em conta de que sermos patriotas verse a não deixarmos os privilégios econômicos serem mais fortes do que as reivindicações populares, pois estaremos a ver a debacle espiritual sendo forçada na mesmice bíblica de várias formas como atraso em que – tal como um pêndulo – não sabemos mais se estamos no Novo ou Velho Testamento, se era ou não Messias, a partir do ponto em que laicizar a nação torna-se agora algo que gira em um desconforme do sem nexo, em que partimos do pressuposto de que o Congresso agora se protege, mesmo que a opinião sobre esse fato seja isenta da política, pelo menos tal como a vimos sendo exercida até então. Com as faces bíblicas assumidamente de interesses, em que o paradoxo mostra que não sabemos nem mesmo da maior parte da população mundial, e vendamos os nossos olhos para que não vejamos a realidade de outros países, e nos protejamos sob a ótica de tal ou qual cunho ideológico, onde não haveria meio termo, mas obviamente em virtude das circunstâncias será mais lógico lutarmos por uma melhor justiça social, em vez de apenas nos confrontarmos com o Eu-sozinho que nada mais é do que fraqueza, mesmo que isso nos baste como o conformismo da imposição refratária da injustiça.
            Nossas festas das Olimpíadas talvez garantam uma tranquilidade e visibilidade extraordinárias, onde todos os holofotes estarão voltados para um país golpeado covardemente, em que o esporte calará a voz do povo através da distribuição de medalhas e o país se revelará um gigante mundial do esporte nas paraolimpíadas, o que não deixa de ser uma vitória para o Brasil, tão fraco no esporte olímpico convencional. Tornemo-nos um tipo de pêndulo de força, uma torcida gigantesca para que tudo corra bem, em paz, que consolidemos com competência pelo menos essa fase em receber e acolher com segurança essas populações que aqui virão. Paz acima de tudo, mas que aproveitemos a afortunada visita desses povos estrangeiros para mostrar que a nossa democracia foi quebrada duramente, não ao olhar beligerante da ideologia, mas do fato em si, revelado pelos melhores observadores imparciais da humanidade, pois a tomada de consciência de quem somos nós os brasileiros aos olhos do mundo é um modo de tornar o mundo consciente do que passam a fazer recorrentemente com as democracias populares ao redor do planeta. Basta que mostremos ao mundo como o poder é gigantescamente cobiçado, e como é ingênuo esperarmos que as coisas melhorem economicamente para os cada vez mais ricos, pois a falta que nos faz a educação de bom nível, sem a coerção – que deve ser revelada – que uma lei proposta quer permitir às luzes já mais tíbias da apreensão do conhecimento por parte dos alunos. Se, porventura funesta, os estrangeiros e seus canais noticiosos não revelarem qual é o Brasil de agora, com todas as luzes – imparciais, dito bem! – estaremos negando que o mundo ocidental revele alguma que sobre no fundo do túnel em que todos estamos entrando: escuro e profundo.

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