domingo, 16 de março de 2025

O SUMMUM BONUM DA CONSCIÊNCIA


               Temos a qualidade das rochas, das plantas, dos reinos, dos pássaros e dos homens... O animal não possui a liberdade de obter tudo o que quer, a não ser quando um, que é selvagem, está em seu habitat, como era em quase tudo no nosso planeta Terra, antes que viessem os processos civilizatórios em diversos escopos das eras históricas pelas quais atravessamos. Hoje, um cão não pode sair de nossa casa a não ser que vamos passear com ele, geralmente atado por uma coleira. No entanto, cremos piamente que somos livres, e estamos atados em nossas pernas, em nossos braços, em nossos carros e em nossas motos, estamos atados nos valores que nos “permitem” viajar, ou mesmo, em certas situações, não temos sequer um valor para comer. O corpo demanda, mas uma sociedade onde plantássemos os nossos alimentos, com uma vida simples e pensamento elevado, pensando em níveis de consciência maiores, nos dariam um escape a tantas são as misérias materiais deste mundo. Quando se pensa que estamos sociabilizando, as conversas, o que poderíamos conversar, muitas vezes o summum bonum da consciência estará distante ou fora do contexto de realmente estarmos curtindo com os outros, aquilo que poderíamos estar mais em sintonia em bhakti-yoga, que é um serviço, mas um serviço devocional a Deus, conforme previsto nas escrituras reveladas, é a ação em consciência de Krsna. É um caminho que nos leva à paz e não há questionamentos maiores a esse respeito indubitavelmente, na esfera de que sejamos mansos e humildes para levar a cabo essa missão...

               Um homem ou uma mulher devem ganhar seus valores para pelo menos manter o corpo, nosso templo do espírito e o citado espírito juntos, pois sem trabalho não há como sequer trilhar uma senda espiritual, já que devemos nos alimentar, mas sempre atentos para coisas que nos elevem no caminho de uma consciência majorada. Manter o foco, estar vigilante, tentar não nos intoxicar, e isso cabe também à nicotina e outros excessos, posto estar limpo de substâncias é o maior grau de nossa latitude existencial. Apesar de sabermos, ou passarmos a aprender sobre a Verdade, devemos igualmente aprender que muitos seres humanos possuem vários níveis de consciência, e que essa assertiva é válida para muitas abordagens espirituais. Obviamente, culturas que espiritualmente possuem milênios e tradições de séculos merecem especial atenção, pois é preservando-as que nos encaminhamos para uma trilha de sabedoria ímpar na sedimentação de nossa questão mais óbvia de andarmos mais firmemente sobre nossas pernas rumo à libertação, ainda em vida, do cativeiro material. Podemos ser profissionais de várias áreas, sermos médicos, policiais, operários, panificadores, sacerdotes, agricultores, oleiros, não importa, estaremos em uma posição confortável se estivermos situados espiritualmente, tentando filtrar em nós mesmos uma fonte mais límpida de água pura, evanescendo os ruídos que nos afligem e tentando ser mais bondosos com os seres humanos que são, apesar de sua natureza egoísta e extremamente materialista, ou serão um dia mais piedosos, pois estão justamente em níveis quase patológicos de consciência, extremamente contaminados pela esfera das sociedades onde só o que importa são as suas propriedades, seu fausto e riquezas, nada tendo a ver com uma vida mais simples, ou mesmo com a bondade humana, hoje tão necessária para esses seres adoecidos pelas circunstâncias em que lhes falta uma existência espiritual maior.

               É mister controlarmos os sentidos, pois arroubos tais como o que causam as bebidas em excesso, as drogas, as pulsões de ordem sexual desenfreada, geram muitas vezes as frustrações, assim como engajamentos de natureza política, o preconceito e dissenções religiosas, coisas que não deveriam fazer qualquer sentido quando o que se busca é que as leis protejam o cidadão, pois vivemos em sociedade, e está só será justa quando nos apercebermos que os diversos níveis de consciência meio que lutam cada qual a seu termo para que uns sobrepairem aos outros, e aqueles que têm mais poder financeiro em geral têm mais poder para fazer o certo ou o errado... Uma vida compatível com a repartição mais equânime nos livraria ou ajudaria em muito a livrar-nos do cativeiro do trabalho, essas amarras que por vezes são tamanhas que fazem com que ganhemos muito pouco trabalhando em excesso. A distribuição mais justa da riquezas já faria de uma sociedade em que muitos poucos têm quase tudo conferiria uma questão mais concreta em termos de ganhos àqueles que tanto sofrem, pois, por vezes, não têm sequer a perspectiva de colocar uma boa e justa refeição em sua mesa. Essa conotação não possui ideologia, pois por vezes quiçá não precisássemos de mais um carro, quando na verdade alguns possuem um para cada membro da família... E carros exorbitantemente caros, onde o que importa é ostentar, pois nem sempre um dono de um carro de corridas é piloto de provas.

               Vida simples e pensamento elevado, essa á a máxima de estarmos em comunhão com Deus, e muitas vezes acreditamos que estamos sós, mas será sempre na simplicidade em sermos felizes, sóbrios e espiritualizados que podemos ao menos tentar sair de tristezas ou situações que nos acometem ainda, pois tudo é uma questão de tentarmos nos associar com pessoas ou coisas boas que nos levem adiante para essa jornada do bem-estar. Evitando antigos locais, primando pela saúde, tentando não nos intoxicar, valendo-se da experiência de profissionais que estejam ao nosso lado, rumo a prerrogativas boas de se viver mais plenamente, mesmo quando desconhecermos alguns caminhos que sejam mais de luz, pois muitas vezes não é aquela estroboscópica que será a ideal para a nossa serenidade em buscar a outra, de Krsna, nos lugares mais propícios, de preferência a do astro rei.

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