domingo, 30 de março de 2025

SUPERVISÃO DE 11/02


                Achei muito interessante o caso apresentado pelo professor Pedro, quando há uma ambivalência do sujeito em relação às recusas em função da aprovação em seu novo trabalho e em função do que esperaria fosse uma relação satisfatória com sua namorada, F. O modo como concretiza a realidade da fala dos outros, revelando um superego que o incomoda, na questão em que Freud sempre salientara que o ego seria um bom intermédio para equilibrar as pulsões nas questões entre o id, e suas consecuções instintuais, que no caso de nosso paciente diz respeito a uma situação onde revela quiçá uma neurose, mas não aparenta nenhuma gravidade maior.

                Ele cita que a sua namorada é muito crítica, que acha que ele faz as coisas sempre do seu jeito, e ele acaba achando que ficar com ela é causa de sofrimento, pois ela é por vezes mordaz, e tem ou deseja procurar outra que fosse ideal, criando uma ambivalência na sua vida amorosa, sendo que de fato ele está com F., mas parece que ela está sempre ausente. Cria duas Fs.: uma real, mais concreta, com seus defeitos, humana, e outra ideal, quiçá existente apenas em sua mente.

                Quando, no início da terapia, o paciente diz que está com um mix de sentimentos, o analista diz simplesmente: o que significa isso, mix de sentimentos, utilizando uma regra lacaniana que significa a ignorância douta, ou seja, dando a um prosseguir para que o analisando possa discorrer sobre seus sentimentos, onde sempre no início do andamento da análise as perguntas dão as condições para que esse “discorrer” seja algo de recurso pleno por parte do analista, pois não existe inconsciente sem a linguagem, na visão de Freud, e na visão de Lacan, o simbólico é a linguagem: o inconsciente como linguagem... Os participantes revelaram ótimo nível de bagagem sobre a matéria, e o curso está indo de vento em popa.

 

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