Achei
muito interessante o caso apresentado pelo professor Pedro, quando há uma
ambivalência do sujeito em relação às recusas em função da aprovação em seu
novo trabalho e em função do que esperaria fosse uma relação satisfatória com
sua namorada, F. O modo como concretiza a realidade da fala dos outros,
revelando um superego que o incomoda, na questão em que Freud sempre salientara
que o ego seria um bom intermédio para equilibrar as pulsões nas questões entre
o id, e suas consecuções instintuais, que no caso de nosso paciente diz
respeito a uma situação onde revela quiçá uma neurose, mas não aparenta nenhuma
gravidade maior.
Ele
cita que a sua namorada é muito crítica, que acha que ele faz as coisas sempre
do seu jeito, e ele acaba achando que ficar com ela é causa de sofrimento, pois
ela é por vezes mordaz, e tem ou deseja procurar outra que fosse ideal, criando
uma ambivalência na sua vida amorosa, sendo que de fato ele está com F., mas
parece que ela está sempre ausente. Cria duas Fs.: uma real, mais concreta, com
seus defeitos, humana, e outra ideal, quiçá existente apenas em sua mente.
Quando,
no início da terapia, o paciente diz que está com um mix de sentimentos, o
analista diz simplesmente: o que significa isso, mix de sentimentos, utilizando
uma regra lacaniana que significa a ignorância douta, ou seja, dando a um
prosseguir para que o analisando possa discorrer sobre seus sentimentos, onde
sempre no início do andamento da análise as perguntas dão as condições para que
esse “discorrer” seja algo de recurso pleno por parte do analista, pois não
existe inconsciente sem a linguagem, na visão de Freud, e na visão de Lacan, o
simbólico é a linguagem: o inconsciente como linguagem... Os participantes
revelaram ótimo nível de bagagem sobre a matéria, e o curso está indo de vento
em popa.
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