Um autor
falara no século passado com ceticismo espiritual, um século entremeado por guerras que afligiram a humanidade
na eclosão de duas mundiais, depois as guerras da Indochina, depois a do
Oriente Médio, o início da eclosão das drogas e sua pesada indústria, e há quem
afirme ainda no século passado que estaríamos em um oceano de desditas sem fim
nem começo. Em parte esses estudiosos teriam a razão, e um literato em especial:
Aldoux Huxley já profetizara o que viria pela frente, ou seja, virarmos
dependentes não apenas da eletrônica e seus meios, como da anulação da cultura
de rua, e o desembarque tão “promissor”, bem como na era dos estupefacientes
como rotor dos trabalhadores e seu bem estar provisório, bem como do pano de
fundo dos adictos do álcool e da nicotina, ou aquelas outras famigeradas “inas”
que tantos, sequiosamente, buscam, no estímulo e resposta que promove a dopamina em excesso, quando a juventude se utiliza francamente das redes sociais, no
exemplo evidente do “soma” de Huxley. O abuso corrente vira valor e moeda de
troca, e a satisfação é evidenciada no modal empresarial dos “gestores do século
XXI.” Essa modalidade de vilipendiar o próprio valor composto de diversos
elementos, ou fatores, de determinados comportamentos em um coletivo, por vezes
como uma roda viva, onde aqueles não postos “em trabalho”, enquanto
consumidores, não destoem como regra, se porventura estiverem escrevendo algo,
porventura, pois a muitos a expressão literária ou escrever um artigo ou ensaio
é vagabundagem, principalmente quando o escritor estiver em outro ritmo: mais
sereno, mais calmo ou “careta”, no jargão ou gíria de quem não faz uso de
entorpecentes quaisquer. Justamente que no caráter de uma sociedade
extremamente capitalista, com o viés conservador que não suporta a ideia de que
a vida do trabalhador melhore ao redor do mundo, a exploração se dá muitas
vezes nesses campos de atuação.
Os vieses
da exploração do homem pelo homem, diferentemente da passividade do animal, que
igualmente sofre da exploração: essa palavra tão díspar em significado que pode
significar reconhecer uma área, explorar uma mina de carvão ou um campo
petrolífero, explorar os caminhos do conhecer, ou mais usualmente, no jargão
econômico nas relações específicas do trabalho, a exploração, ou apropriação do
trabalho para gerar o lucro, nas modalidades da concentração das riquezas ou mesmo,
no mano a mano, abusar profissionalmente de subalternos, ou mesmo, na questão
primeira das civilizações que se pretendam humanas e regidas pela bondade,
quando alguém transgride essa lei dos homens e maltrata seu irmão mais
vulnerável ou aparentemente mais fraco.
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