quarta-feira, 26 de março de 2025

O MAL DO SÉCULO NO SÉCULO XXI


               Um autor falara no século passado com ceticismo espiritual, um século entremeado por guerras que afligiram a humanidade na eclosão de duas mundiais, depois as guerras da Indochina, depois a do Oriente Médio, o início da eclosão das drogas e sua pesada indústria, e há quem afirme ainda no século passado que estaríamos em um oceano de desditas sem fim nem começo. Em parte esses estudiosos teriam a razão, e um literato em especial: Aldoux Huxley já profetizara o que viria pela frente, ou seja, virarmos dependentes não apenas da eletrônica e seus meios, como da anulação da cultura de rua, e o desembarque tão “promissor”, bem como na era dos estupefacientes como rotor dos trabalhadores e seu bem estar provisório, bem como do pano de fundo dos adictos do álcool e da nicotina, ou aquelas outras famigeradas “inas” que tantos, sequiosamente, buscam, no estímulo e resposta que promove a dopamina em excesso, quando a juventude se utiliza francamente das redes sociais, no exemplo evidente do “soma” de Huxley. O abuso corrente vira valor e moeda de troca, e a satisfação é evidenciada no modal empresarial dos “gestores do século XXI.” Essa modalidade de vilipendiar o próprio valor composto de diversos elementos, ou fatores, de determinados comportamentos em um coletivo, por vezes como uma roda viva, onde aqueles não postos “em trabalho”, enquanto consumidores, não destoem como regra, se porventura estiverem escrevendo algo, porventura, pois a muitos a expressão literária ou escrever um artigo ou ensaio é vagabundagem, principalmente quando o escritor estiver em outro ritmo: mais sereno, mais calmo ou “careta”, no jargão ou gíria de quem não faz uso de entorpecentes quaisquer. Justamente que no caráter de uma sociedade extremamente capitalista, com o viés conservador que não suporta a ideia de que a vida do trabalhador melhore ao redor do mundo, a exploração se dá muitas vezes nesses campos de atuação.
               Os vieses da exploração do homem pelo homem, diferentemente da passividade do animal, que igualmente sofre da exploração: essa palavra tão díspar em significado que pode significar reconhecer uma área, explorar uma mina de carvão ou um campo petrolífero, explorar os caminhos do conhecer, ou mais usualmente, no jargão econômico nas relações específicas do trabalho, a exploração, ou apropriação do trabalho para gerar o lucro, nas modalidades da concentração das riquezas ou mesmo, no mano a mano, abusar profissionalmente de subalternos, ou mesmo, na questão primeira das civilizações que se pretendam humanas e regidas pela bondade, quando alguém transgride essa lei dos homens e maltrata seu irmão mais vulnerável ou aparentemente mais fraco.

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