Verte o vento a lábia indiscreta da predação
Naquilo do espaço onde o abutre vê uma serpente
Claudicando na areia do deserto, mas não vê seus olhos,
E sai, qual águia arrependida no meio de um continente
A ver, por entre as sombras do que não existe
Um golpe que julgara certeiro, a firmar garras e o bico de cascata fria...
Nisso, a pequena víbora já sabia de seu poder, e espera
O momento exato onde cederá seu corpo nas garras de uma grande ave
Mas o movimento do abutre exala incerteza e, onde antes seria um golpe
certeiro,
Vira o bote da serpente, inocula o fel exato de sua língua peçonhenta
Cravando as presas de onde sai o veneno que abate a ave
Que outros comerão quando, já carcaça apodrecida, mescla o sangue seco dentro
do húmus inexistente...
terça-feira, 26 de novembro de 2024
O ABUTRE E A SERPENTE
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