domingo, 24 de novembro de 2024

MINHA AMIGA FORMIGA


Querida, és como uma irmã,
Que te encontrei em meu caminho deste domingo ensolarado
Por encima de um meio-fio, avisando algo, e eu obedeci
Posto sejas a autoridade da Natureza, esta consorte
Que eu encontro em tuas presenças, mas gostaria de saber ao menos
Se te encontro novamente, quem sabe em uma fila indiana
Ou mesmo no ventre de um caule, subindo para ver, mais alta...

Como és tantas, que tantas me dizem algo, e te encontro, e especialmente tu, solitária,
Quiçá careça do carinho de uma grama, ou mesmo do pronto e úmido som da nuvem
Mas que te encontraria no momento exato, pois sei que não devo pisar onde não devo.

Quem sabe que a tua presença já não está, quem sabe que tua forma é inconfundível com as tuas iguais
De tantas e milhões que sois, que não pretendo jamais dizer que te encontro em minha família natural
Posto que a Natureza é ela mesma a que revela que o prazer em te encontrar cessa qualquer solidão
Já que sinto a presença de Deus em todos os movimentos e teus avisos
Sem me dar conta de que quiçá o Brahman impessoal, seja finalmente algo que passo a ignorar
Quando, finalmente, se és tão suprema em uma vida, que sejas a manifestação sublime de Deus no dia de hoje...

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