sábado, 8 de abril de 2023

O INVERNO CONTINENTAL


Passa o dia em promessa de outro, e outro dia em que estivemos
Na noite anterior em uma grande reunião, de outras querências
Quando no despertar a virose já deixa passagem para a saúde
Ou ao menos sobra uma trégua a que a enfermidade ceda um pouco...

Pois bem, estar em uma mesa rente ao litoral, menos do que um passado
Que floreia o mesmo encontro na noite anterior e que perdure
Ao bem estar de um homem que deseja, e por que não, que outros o tenham!

Bem passantes os da orla, a cada qual, o inverno prossegue na mudança das vestes
No quase inverno, no outonal primor de estação onde os carros na esquina
Despem-se de rigores absurdos e, pratas ou brancos como o vento
Abrem espaço para que alguns verdes passem com os ares de sua graça!

Assim como as noites são frias, muitas coisas passam por nós desapercebidas
E as frações do tempo revelam a muitos que a performance de um escritor
Nem sempre será da escolha que verte nas sombras as esperanças de uma letra
Que seja bela porquanto o signo que verta mais límpido da cultura dos povos!

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