domingo, 30 de abril de 2023

OS MARES QUASE NAVEGADOS


Quem sabe as naus se aprofundassem mais dentro de suas quilhas
Quando, no viés do pássaro noturno, o corvo de Poe e seu nunca mais
Não fosse uma fatalidade poética, mas que o porto seguro signifique um sonho
Ao processo de conhecimento que não urge tanto que seja mais do que outro pássaro de garra.

A questão não seja a consecução própria da arte, mas que a vivência temporal
Não revele a vida ser mais do que uma espia qualificada dentro de seus códigos de conduta
Que viva espezinhando sua própria arrogância de ensaio, encerrando nas mulheres
Por vezes apenas a posse do perfil de uma nádega feminina bem malhada e seus encantos
!

Quem diria ser feliz sempre seja a adição do ser, quando a vida seja boa sempre
Mas a quilha rompida deixa seus rastros indeléveis no porão do barco
E, peremptoriamente, não se diga que os mares que são navegáveis sejam uma good trip.

Assim, não se pretenda que se seja algo que mais não fosse, pois basta sermos quem somos
Já que encerramos em nossos mistérios de homens e mulheres
A seara mais profunda em não se preocupar com equações há muito resolvidas...

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