quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

A VIDA SERIA LONGA…

 

           As inquietações recorrentes quando falamos de sentimentos, qual, se me lembra dias no hospital da mentes inquietas. Não, que recorrera a mim que, quando estávamos entrando em nossos claustros, a existência se sentia acompanhada, éramos vários, vários e nossas diferenças, e hoje estamos em um espaço com uma tela, e várias micro telas, e amostras de uma conversa distante, em que por vezes um escrito se torna uma veia a mais, um recurso, uma viela nada turva porquanto via expressa em consecução pura – ou não – de uma linha de pensares. Esse discurso de método, esse viés filosófico, qual não fora assim, mas que encontre na flor o seu desabrochar, que a flor desabroche e não turve mais o caráter, que não turvou, pois o homem ama todas as flores e sente prazer no prazer de um dia tocar uma, na finalização da escalada de uma montanha onde alguns não se sentem muito confortáveis, pois os penedos são ásperos, mas no topo a erva é tépida e o fulgor feminino se nos alcance em sua superfície de veludo e carinho! Assim de se amar as mulheres, como não seria, a vida só cessa onde termina o sopro vital, e a saúde é por vezes a tessitura do tato, a vascularização do ato, o decassílabo de um beijo e o hálito compartido nas vestes dos seios… Mas que seja independente a mulher, que todas as suas crenças e toda a sua mítica de mulher forte e guerreira deixe brotar a ternura que infunde em seus antigos gestos certeiros de diana, a plataforma da fêmea e os encaixes serenos de seu espírito na carne e no cerne, no ato e na vírgula, onde o homem a possa esperar sempre, na declaração livre do sem comprometimento, pois a palavra o liberta, o pensamento não claudica, e não será a plêiade algo convexa das tramitações deliberativas acerca das possibilidades afetivas do ser que despontará a libertação de uma mulher que ame, posto se não fora, passa a reclamar, tornando-se fraca, insalubre, murcha, e o homem se torna impotente perante a fraqueza da mulher, ipsum facto, declarante o fato, assim se sucede na vida de alguém que considera o sexo uma atitude libertária, tanto quando a libido revolucionária que impulsiona o tônus de prosseguirmos, recriando prazeres para proporcionar a atmosfera independente de nossos pares que somos, sempre e sempre.

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