sábado, 12 de março de 2022

O REPOUSO INDELÉVEL

 

         Quantos seríamos nas páginas do tempo, quais, sejamos o quase sempre, será que sim, será que não? Os escritos de um escritor navegando por um mar imenso, quase intransponível, e que abracemos o tempo, posto na vivência cotidiana de uma sobriedade, seis meses de navegação ainda não são suficientes, haja vista haver maiores e muito maiores tempos na superfície diamantina de outros heróis. A abstinência começa a ser tarefa menos difícil, e o Cabo das Tormentas já foi esquadrinhado, mesmo que na história de um, de dois, de um milhão de homens e mulheres… O repouso, mesmo que não se durma o suficiente, torna-se viável, torna-se normal, mesmo com outros acréscimos, mesmo que padeçamos de outros males: tal qual cuidarmos de quem amamos, um sacrifício diamantino da vereda, uma situação inegável da tarefa a ser cumprida! A árdua tarefa que no início é gigante e depois se torna maior ainda, visto o moral estar agigantado, e o ego há que ser desinflado, conforme o inventário mais puro e mais importante nessa questão serena de expormos nossas vidas perante o Altíssimo, nosso Senhor, o Cristo Rei. O que antes era apenas o Seu sacrifício hoje ponteia sob Jesus Alegria dos Homens de Bach, o grande compositor do Barroco, que incluso pode ser tocada a melodia para quem não possui maiores ouvidos, ou maiores habilidades musicais.
         Visto ser predileção da poesia o “Inverno” de Vivaldi, há de se acrescentar que aquele homem que goste de escrever para quem houver que leia, e que possua essa sorte, que escreva o que lhe der de gosto, pois estamos em uma sociedade livre e aberta para as artes, incluso a arte do pensamento vivo, daquilo que esperamos acontecer desde priscas eras, ou mesmo desde tempos um pouco atrás, em nossa história, muitas vezes não relatada em sua profundidade, mas que guarda em si o enaltecer de nossos caminhos rumo à sabedoria, rumo à coragem e rumo á serenidade. O equilíbrio que guarda o cadarço dos nossos pés remonta ao sincrônico e mimético tom da simetria, coisa que não nos apercebemos com a variante mesma do que existe nessa vereda de grandes luzes. Apesar de alguns adultos se comportarem como crianças, na realidade essa é uma versão que equidista do previsível posto nos anais das desavenças já encontramos na história essa infantilidade que faz um ser humano ser predador de outros, fato confirmado em vários complexos da psicologia, ou mesmo da necessária e pungente psiquiatria. Um homem como Franco, na Espanha do século passado revela isso, como a contundência do seu comportamento revela para todo o sempre, e que guardemos em nossa memória que isso pode voltar a recrudescer em qualquer república, principalmente naquelas onde grassa a ignorância.
         No entanto, o supracitado equilíbrio nos dá o gosto da revelação de um Ser Supremo que é Krsna, e suas variadas formas, incluso a divindade de estar citado em escrituras já há muito consagradas na Índia, desde antes da civilização tal como a compreendemos no imo do materialismo que é o que nos revela a contradição inerente da não aceitação do fato de sermos seres espirituais, como nos
mostra o semblante da espiritualidade mesma, tal qual é! O fator revelador da religião é o religar-nos com Deus, o Senhor de nós e de todos, a fonte de inspiração, o fazer crescer da montanha de cada qual que somos unos, a plataforma do bem querer a todos, a superfície tênue de ser exatamente como somos, em nossa essência…



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