quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

LASTROS DAS PRIMAVERAS

Nos escutares de toda uma vida, quase no ciclo derradeiro,
A questão de sermos quem somos nos capacita
Ao menos de respirarmos mais aliviados nas esteiras
Onde depositamos as flores de entardeceres
Quando o orvalho não subentende a totalidade industriosa.

O pão que por vezes evitamos a que Deus nos conceda
Será sempre o amálgama da ventura a que nos passemos
Ao menos na equação de que o alimento do espírito
Passa por vezes na carne que devemos evitar a todo o custo!

Não que seja a bendição algo que venha a nos tolher prazeres,
Mesmo que inegavelmente o mar não esteja muito para peixes
Mas que, por conveniência de passados conturbados,
O mundo possa encontrar suas próprias primaveras
Sob a influência de que aqueles despóticos senhores
Esqueçam ao menos de que seus poderes são finitos!

E que não nos esqueçamos que o sofrimento humano
Depende de uma postura humanística que reverbere
Os casos mais influentes na nossa acepção mesma da vida…

Que muitos possam ler as palavras que porventura
Possam encanecer nas longas veredas da vida
Os pelos em que Krsna por vezes esquece na beira dos Himalaias.

À terminação das linhas de fogo, algo nos entonteça de prazeres
Exatamente nas mesmas veias que nos suportam
Com ferramentas da veracidade cabal que enfeixam a vitória.

Na razão própria da poesia, e que ela nos permita navegar
Ao menos por um onirismo surreal, para que toquemos
O cerne mais profundo de nosso Eu, que seja, sejamos!

Outrora fossemos mais condescendentes com aquilo
Que não seja uma solidão compulsória, posto com isso
O olhar mesmo de Deus nos enfeixe o quadrante do amor!


 

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