Por
vezes sentimos a dureza dos dias, proximamente, como se tivéssemos angustiados
pela interferência de alguém, pela idiossincrasia de um outro, em um grupo qualquer,
mesmo depois que tenhamos “quase” tido experiências boas com outras pessoas no
correr de semanas, ou mesmo quando tentamos nos fazer entender com palavras que
nos parece que medimos com tato, assim como quando pisamos em ovos, com a
parcimônia de nos situarmos perto de quem temos um afeto, seja de forma
presente, o que muitas vezes não há chance pela frieza em que presencialmente
alguns dão os ares de seus “formatos”, ou nas reuniões online, onde podemos
discernir e acrescentar mais de nosso cerne, de nossas aspirações, quando
tomamos consciência de que nosso lar e sua integridade é a única coisa que
temos a certeza de existir. A escolha da presença, o carinho das palavras, o
afeto, são coisas que partem de nós mesmos, no parecer de mais uma noite
solitária, naquelas horas em que isso porventura acontece, quando estivermos
presenciando um sofrimento cabal de alguém, ou quando os ruídos existenciais de
uma espécie de liderança cabal estiver pisando na bola, ou cometendo graves
erros, e aí devemos nos recompor, pois errar é humano...
Há
noites em especial que são frutos do dia que passamos, e seguir por jornadas
trilhadas por caminhos pacíficos é que induzem a que preservemos nossa
serenidade e alcancemos a sabedoria necessária para continuar sem precisar usar
muito de nossa coragem, pois no mais das vezes essa citada coragem é apenas a
forma de ação que empreendemos para, depois de uma noite de sono reparador, não
fiquemos necessariamente com aquela exaustão típica dos que vivem buscando na
vigília ou na inquieta procura algo que não se pode alcançar nem modificar,
dentro de nossas latentes limitações, obviamente.
Imediatas
escolhas nem sempre será o padrão melhor a proceder em nossas vidas, e aquilo
que pode nos parecer, à primeira vista, mais sensato, sem dúvidas é algo que
nem sempre é a razão mais pensada ou planejada sobre algo que temos à mente
para resolver, sendo quiçá uma equação mais simples e, convenhamos, por vezes é
mister estudar mais um pouco para resolver uma mais difícil, que nos dará mais
e amplo espaço para que atinjamos um arejamento maior na consecução afirmativa
na elucidação de um fato, ou mesmo na quebra de nossas ilusões mais íntimas.
Eros é a
nossa energia transformadora, é nosso instinto de vida, e sua luta interna contra
Thanatos, ou instinto de morte, é a causa de pulsões onde temos por adiante a
tremenda farsa de que configure por vezes uma ameaça um simples teatro onde a
fração do ser ou um administrador de um grupo tome a dianteira para desferir
golpes contra o mesmo Eros, esse sentimento que devemos cultivar, sendo homens
ou mulheres, e suas relações com a vida como ela se nos apresente... Podemos
considerar que algumas pessoas são autoritárias, por vezes tiveram formação
praticamente militar, e isso pode fazer parte de sua natureza. Muitas vezes até
desejariam que porventura fosse o nosso país tomado por um regime dessa
natureza, mas acontece que esse é apenas um dos perfis do ser humano, e
compactuarmos com esse viés existencial nem sempre faz parte da nossa
verdadeira Natureza enquanto seres mais humanos, mais sensíveis, e realmente
mais amorosos... A dureza de caráter por vezes é uma atitude duvidosa, falha
porquanto não fizer parte de nosso cerne, de nossa personalidade efetiva. Deixemos
tomar certas dianteiras quem pensa agir com certezas que nem sempre são as
nossas. Integrar meios de atuação na sociedade, ou inferir comportamentos
projetivos nem sempre é contar com a realidade existencial dos seres indissociáveis
que somos, pois não há integração completa e não existe um comportamento ideal
enquanto essência mesma do ser.
Indubitavelmente,
somos seres racionais, e isso nos diferencia das outras espécies, mas podemos
contar com um Deus magnânimo que nos apresente uma aurora espiritual onde as
citadas e “outras” espécies estão manifestas no grande enigma da Criação desse Poder
Superior, concebido como cada qual preferir, mas a sugestão é que se ampliarmos
o leque de nossa percepção para mais adiante, e estendermos um amor maior para
todos aqueles que compartilham conosco este maravilhoso planeta, seremos mais
do que apenas uma fronteira, e nosso olhar meio que escrutinará a maravilha de
uma rocha com a consciência mais aflorada, mesmo quando o mar não estiver calmo,
ou mesmo se não possuirmos a rocha à nossa frente, mas sonharmos com a sua
presença e meditarmos em nosso próprio ser porquanto revelação de que seremos maiores
do que o próprio tempo em que negamo-nos antes a olharmos diante de nós mesmos,
para adentro. Não seremos mais tão finitos, e nem tão efêmeros, pois a
construção espiritual demanda que durmamos bem e cuidemos de nossa psique, que
é a substância mesma de nossa recuperação e a matéria-prima para o
desenvolvimento de nossa espiritualidade.
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