sexta-feira, 14 de março de 2025

O IMEDIATISMO DAS ESCOLHAS


               Por vezes sentimos a dureza dos dias, proximamente, como se tivéssemos angustiados pela interferência de alguém, pela idiossincrasia de um outro, em um grupo qualquer, mesmo depois que tenhamos “quase” tido experiências boas com outras pessoas no correr de semanas, ou mesmo quando tentamos nos fazer entender com palavras que nos parece que medimos com tato, assim como quando pisamos em ovos, com a parcimônia de nos situarmos perto de quem temos um afeto, seja de forma presente, o que muitas vezes não há chance pela frieza em que presencialmente alguns dão os ares de seus “formatos”, ou nas reuniões online, onde podemos discernir e acrescentar mais de nosso cerne, de nossas aspirações, quando tomamos consciência de que nosso lar e sua integridade é a única coisa que temos a certeza de existir. A escolha da presença, o carinho das palavras, o afeto, são coisas que partem de nós mesmos, no parecer de mais uma noite solitária, naquelas horas em que isso porventura acontece, quando estivermos presenciando um sofrimento cabal de alguém, ou quando os ruídos existenciais de uma espécie de liderança cabal estiver pisando na bola, ou cometendo graves erros, e aí devemos nos recompor, pois errar é humano...

               Há noites em especial que são frutos do dia que passamos, e seguir por jornadas trilhadas por caminhos pacíficos é que induzem a que preservemos nossa serenidade e alcancemos a sabedoria necessária para continuar sem precisar usar muito de nossa coragem, pois no mais das vezes essa citada coragem é apenas a forma de ação que empreendemos para, depois de uma noite de sono reparador, não fiquemos necessariamente com aquela exaustão típica dos que vivem buscando na vigília ou na inquieta procura algo que não se pode alcançar nem modificar, dentro de nossas latentes limitações, obviamente.

               Imediatas escolhas nem sempre será o padrão melhor a proceder em nossas vidas, e aquilo que pode nos parecer, à primeira vista, mais sensato, sem dúvidas é algo que nem sempre é a razão mais pensada ou planejada sobre algo que temos à mente para resolver, sendo quiçá uma equação mais simples e, convenhamos, por vezes é mister estudar mais um pouco para resolver uma mais difícil, que nos dará mais e amplo espaço para que atinjamos um arejamento maior na consecução afirmativa na elucidação de um fato, ou mesmo na quebra de nossas ilusões mais íntimas.

               Eros é a nossa energia transformadora, é nosso instinto de vida, e sua luta interna contra Thanatos, ou instinto de morte, é a causa de pulsões onde temos por adiante a tremenda farsa de que configure por vezes uma ameaça um simples teatro onde a fração do ser ou um administrador de um grupo tome a dianteira para desferir golpes contra o mesmo Eros, esse sentimento que devemos cultivar, sendo homens ou mulheres, e suas relações com a vida como ela se nos apresente... Podemos considerar que algumas pessoas são autoritárias, por vezes tiveram formação praticamente militar, e isso pode fazer parte de sua natureza. Muitas vezes até desejariam que porventura fosse o nosso país tomado por um regime dessa natureza, mas acontece que esse é apenas um dos perfis do ser humano, e compactuarmos com esse viés existencial nem sempre faz parte da nossa verdadeira Natureza enquanto seres mais humanos, mais sensíveis, e realmente mais amorosos... A dureza de caráter por vezes é uma atitude duvidosa, falha porquanto não fizer parte de nosso cerne, de nossa personalidade efetiva. Deixemos tomar certas dianteiras quem pensa agir com certezas que nem sempre são as nossas. Integrar meios de atuação na sociedade, ou inferir comportamentos projetivos nem sempre é contar com a realidade existencial dos seres indissociáveis que somos, pois não há integração completa e não existe um comportamento ideal enquanto essência mesma do ser.

               Indubitavelmente, somos seres racionais, e isso nos diferencia das outras espécies, mas podemos contar com um Deus magnânimo que nos apresente uma aurora espiritual onde as citadas e “outras” espécies estão manifestas no grande enigma da Criação desse Poder Superior, concebido como cada qual preferir, mas a sugestão é que se ampliarmos o leque de nossa percepção para mais adiante, e estendermos um amor maior para todos aqueles que compartilham conosco este maravilhoso planeta, seremos mais do que apenas uma fronteira, e nosso olhar meio que escrutinará a maravilha de uma rocha com a consciência mais aflorada, mesmo quando o mar não estiver calmo, ou mesmo se não possuirmos a rocha à nossa frente, mas sonharmos com a sua presença e meditarmos em nosso próprio ser porquanto revelação de que seremos maiores do que o próprio tempo em que negamo-nos antes a olharmos diante de nós mesmos, para adentro. Não seremos mais tão finitos, e nem tão efêmeros, pois a construção espiritual demanda que durmamos bem e cuidemos de nossa psique, que é a substância mesma de nossa recuperação e a matéria-prima para o desenvolvimento de nossa espiritualidade.

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