sexta-feira, 6 de maio de 2022

VESTÍGIOS DO GESTO

 

Apenas de se ser, a vida, o tom
Algo de canseira em vigília
Reduz linear um tempo de uma visão
Por vezes em que não nos vemos
Nas telas digitais de nós mesmos
Ao que se torne um logo, ao que vimos
Em uma memória que se torne reticente…

Não se mede uma palavra por um gesto,
Posto que não se adote postura planejada
Como no meio manipulador, tão intrincado
Como nova modalidade de hipocrisia
Haja vista o objetivo que se alcança desta forma
Só isenta do caráter ilibado a verdadeira intenção
Que sustente a forma dada e seu conteúdo, apenas!

Se um tópico seja aquilo que se acredita de percepção
Que se aninhe na vértebra inquieta ao menos
Uma estreita confiança naqueles que porventura
Acreditamos serem dignos dela pela trajetória incomum.

Nada do que nos percamos em um mote sem destino
Mas que encontra ressonância de não se querer
Obrigatoriamente resgatar espaços, posto não haver
Circunstâncias em que o entendimento não seja hábil
Na sintaxe do meio digital, que sejamos, circunstante.

Redescobrir a temática da linguagem áudio-visual

Remonta que leiamos mais os semiologistas
Que encontra em Umberto Eco seu parentesco profundo…

Essa faina que encontramos nas sinapses altercadas do gesto
Se torna por si só meio que se subentende ser de nova modalidade
Em que, apenas os vestígios se tornam dados, e seus flashies: a linguagem.

Se um gesto seja algo como um livro, passa a ser correntes de pensamento,
Mesmo que fugidios e sombrios, mesmo que não haja, como em Poe, um refresco,
Mas apenas o corvo que em um dito instante diga para sempre: nunca mais!

Posto não sabermos o do nunca que jamais sabemos ao certo se não há
O que se torne maior a vida do que apenas encarar que uma vida sã seja simples
Porquanto saibamos que apenas um tempo mais curto nos revela o recuperar-se espiritualmente.

E assim, em um curto instante, saberemos mais quando soubermos parecer com o próprio tempo
Quando a disposição assim consentir que estejamos mais parecidos e conexos
Na indubitável materialidade cabal dos gestos...


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