quarta-feira, 25 de maio de 2022

A JUTA E O PÃO

 

O pão da obra, o obreiro canta
O pão que dobra, que ganha
Na juta tece o obrador
Que não se ressente, e a lida
Não fenece no carpinteiro da vida.

Não, que não haja mais rima rice e pobre
Posto a poesia ser semântica nem sempre discreta
A que se ponteie a não intoxicável vereda!

No pão que ajuda a juta
O índio peão, a flora nativa
Que se mude um quinhão devastado
E que sejamos, apenas, o que a árvore
Passa a ser madeira, substrato, espoliada vida
Naquilo que antes possuía raízes
E que porventura estamos longe
Cheirando apenas um clima de velcro
Amaciado por um ar-condicionado:

No micro-clima ginasial de entressafra ozônica.

Posto ser emblemático um apocalipse
Em que alguns assistem embevecidos a devastação
E ainda chegam a tomar partido em guerras
Dentro do seu pífio conforto sexual ensaiado
Pelas garras que não subentendemos tanto
Haja vista faltar a compreensão ao menos mínima
!

E a juta ajunta nós, na gravata do tempo esquecida
Ao que se compre o pão com a venda do cesto
E se coloque um pouco mais cesto e pão
No entremeio que dê mais certo, que o peão poeta
Não tece a teia, mas ponteia no verso que se mostra.

Algum significado preste, alguma folha não seque
Na algibeira de um trabalhador de ofícios
Quais não sejam exatamente outros e que estejam
Consonantes com os favores de outros níveis
No entrelinhamento de palavras que não sejam vis!

Haja olhares soturnos e fatídicos
No sumo que cresce,
Na veia dilatada
Nos arranjos distantes
Em ocasiões de perímetros deslocados
Quanto o que se espera é ver e crer
Quanto o que se espere é algo maior
Do que deixar crescerem os inauditos
Com suas procelas equânimes de resultados algébricos
Que consolidam vestes cor do mato
Em que crescemos dia a dia
Por fazermos a diferença de um dia a outro dia.




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