sexta-feira, 27 de maio de 2022

NO REVERSO DE UM TEMPO ETERNO

 

Ao irmos ao ermo de nós mesmos, a uma fronte
Eivada de sorrisos sinceros, dentro do prenúncio da noite
Não divaguemos sobre a sinceridade dos sentimentos
Posto estes sejam o alvorecer de dias que vêm ao longo
De uma vereda diamantina que nem as Gerais as remontem…

Não, que a sobriedade se nos prevaleça nos dias
Em que muitas vezes os turbilhões nos engolfem aos pedaços
Na mesma ordem quiçá estabelecida nos grilhões de um tempo
Mas o mesmo não é eterno quanto o tempo de um dia que seja
E, como diz o poeta maior: que seja eterno enquanto dure!

Assim como uma engenharia computacional mantém acesas as luzes
É possível que a mesma engenharia nos repique de lembranças
Que ao vento não nos sobre a questão que não retiramos do tempo.

Um verbo que seja, dentro de um significado mais amplo
A que nos seja dado uma companhia de tez algo madura
Nos remeta, continuando, um tempo não ensaiado
Quando de nós exigimos a compreensão que nos falta
Na expressão máxima do mediano mínimo

Com relação à face máxima do máximo que impõe um dia
O mesmo tempo verte um átimo na angústia de um lapso
Que não retém a letra passante do esquadro e do prumo
Naquilo de círculos concêntricos feito vasos comunicantes
Em que o soro de um enfermo sofre a química sôfrega.

Nada do que era pertencido se pertença, mas por vezes
Um sorriso na flor de uma mulher verga o cimento sólido,
Racha a estrutura, esmigalha a intenção e some no profundo prazer
De não se ver entretanto sempre após um canto de Dante
O sorriso igualmente profético de um mar de estrelas em suas posições!

Alarguemos as fronteiras dos muros, obviamente dentro das proteções da lei
Que é a mesma do mundo, pois não é de caixa alta na tipografia
E que As Ilusões Perdidas não remontem obstáculos em sua reinvenção
Quando de Lei algo de superior poder possa saber mais um pouco…

Não, que as transformações na literatura tragam frutos há muito apodrecidos
Mas que fizeram germinar em sua essência árvores seculares
No apanhado histórico que, bem ou mal, possa um homem compreender ao menos
No infinito olhar terno de todo os entornos femininos, mesmo em suas durezas.

Conseguir coadunar uma frase de poesia que sempre reflete sistolicamente
A diastólica passagem que procrastinamos, que o façamos pelo tempo eterno
Mesmo que se faça uso de certos neologismos concretos e necessários!

Assim termina uma lida de um flaco rocinante, a rugir pelo mundo afora
A saudosa companhia de sancho, igualmente poesia no ideal de seu amigo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário