quarta-feira, 18 de maio de 2022

PREPARANDO O TERRENO

 

Da vida o aluvião só, roncando
À pena bíblica de um profeta
No instante mesmo do merecer
Qual seja quando, em Berg
Dodecafônico em sinfonia
Que não se traduza em desdizer
Aquilo que perfaz a harmonia
E sua quebra escalar
Por vezes que escutamos nos vales
Por vezes que o teclado nos escute.

Por força de expressão a força é forte
E a tibieza, por vezes, valorosa
Na exata dimensão em que a Terra
Cumpre com estragos a reação humana
Sobre os axônios da veia,
Sobre palavras inumeráveis e cordiais
Em que, sílaba a sílaba,
Isso não signifique que sejamos o couro
Que nos reveste nos nós que jamais unimos.

Tecemos uma juta de veste macia
No umbral de uma ocara
Vezes se conta, a se permitir
Que a juta não é palha, é coqueiro
De fibra longa, não é América e é vida
No ancestral e no jovem
Naquilo incluso que não fosse
Mas que é na única verdade que prevalece!


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