quarta-feira, 20 de abril de 2022

A VESTIMENTA DO CARÁTER

 

        A necessária compreensão dos lados de um objeto, qual não seja uma mera moeda, sua cara e sua coroa, merece relevância cabal sobre a questão de existência concreta da medida do mesmo objeto. Falaremos melhor do espaço-tempo como condição de não prosseguirmos isolando qualquer peça, pois perderemos seus apoios, e a versão científica cederá espaço para a versão religiosa, e isso requer treinamento pertinaz com relação ao que se pensa e ao que se comporta… Em uma relação simbiótica com o animismo e suas vertentes, a peça isolada por vezes se revela mais eficaz em sua proficiência do que um agrupamento onde a vertente do pensamento claudica e fenece como uma flor sem a planta, apenas na água que alimenta sua sobrevida. Assim manda o destino das gentes, e mesmo solitariamente por decisões de poderes cáusticos, pode sim, se a fé é concreta, daquele ser subsistir isolado por um caráter falho que por vezes não reside só em sua essência existencial. A mão que é dada por alguém manietado com cartilhas anacrônicas não reveste da experiência naqueles que já sofreram o suficiente, mantendo o seu corpo incólume, e seu caráter ilibado. Essa evidência já – em si mesma – reduz o vértice de uma conexão que se prestaria correta, não fora a soberba que inflama de ego falso algumas organizações de cunho parcial.
          A releitura da história nos mostra erros capitais, e suas repetições recorrentes em si mesmas rompem as suas colunas de gesso: mal edificadas, ou reformadas em suas laterais apenas. É redundante e inconcebível estarmos viciados em algo que nos altere o humor, principalmente quando ativos em nossos afazeres diários, servindo essa questão em qualquer esfera profissional. Se um homem há de beber para funcionar, supostamente sua ordem de caráter deva passar compulsoriamente por uma releitura, posto o mesmo caráter nos redima desses erros de atitude, por vezes perversos correntemente. No entanto, se formos reformar uma casa, por vezes damos sorte que alguma fundação ainda sirva, nessa presteza hábil de recuperar uma estrutura, mas quase sempre a reforma é um pouco paliativa, sistemicamente, o que se torna impossível verificar longas jornadas em uma fundação já comprometida pelos entornos das décadas que já passaram e ainda estão por vir. Não adianta edificar outro edifício sobre pilastras comprometidas por anos e anos, sem sapatas fortes e sem o estudo geológico do sítio onde plantamos a obra. Uma casa boa depende do caráter profissional do construtor, e essa é a questão primeira, onde a arquitetura e seu projeto guarda especial atenção naqueles responsáveis pela construção: o empreiteiro e os operários. Se a areia do cimento for proveniente da praia, como um improviso de realocação de recursos, aquele não cria muito tempo de habilitação, ou funcionalidade no engenho da tarefa principal, que é erguer, subir e assentar os tijolos. Isso ocorre recorrentemente com as soluções meio que improvisadas, em um terreno onde cientificamente temos de estar conscientes das mínimas questões: as ferragens, o cimento, a brita e a areia, e onde um improviso pode comprometer a própria habitabilidade nesse exercício proprietário. A partir dessa premissa básica veste-se o caráter na obra que nos propomos a realizar: agora e sempre!


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