domingo, 24 de abril de 2022

A VIVÊNCIA DE UMA PLANTA

 

Roga a pena de um justo
Que não talhe a pena do pássaro
Em que a planta pousa, e sé é pousada
Em que pousem tantos, a árvore
Nos galhos trifurcados, nas noites
Em que as bruxas remexem suas bolsas
E em que cidadãos africanos despem
A trigueira ordem de suas intenções.

O fato da planta fenece no fato.

Tanta planta, tanta a arquitetura da rua
Que a planta é baixa e é de concreto ensimesmado
No que o poeta apenas é tabagista como o pajé
Que reside por vezes em umbandismos que nos lecionam
As vírgulas de Oxalá, ou o olhar de Exu na floresta!

O consentimento das nossas vias, a tristeza no olhar da mulher
Que sonha ser tantas ou tanto, que planta sua mirada
Na árvore florescente, no quinhão do merecer…

E corre a poesia no violão de Baden Powell
Não fenecendo jamais os ritmos de sua frequencia
Pois guarda o que se move de mais a mais
Em um tronco ao troco que de cinza palha não existe
A cor que não seja e um ébano expatriado
Pois que a planta só é cinza por pintura.

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