quarta-feira, 17 de julho de 2024

A PSIQUE FRENTE AOS MEIOS DIGITAIS


       O que não se diria a respeito do dígito, do dedo, daquilo de imput, de colocar, de inserir o dado, mesmo que não saibamos do que se trata, mesmo que o usuário digital sequer descubra que nasceu simplesmente na era digital… É muito querer saber que o meio não infira tanto quanto o ser que dele depende, quiçá para comprar um chinelo ou uma camisa, quiçá para viajar para o outro lado do mundo ou, simplesmente, no contato que pensa efetivamente ser humano e que, até prova em contrário, de fato “pode até ser”. Pois existe algo do filtro, existe o artifício de se melhorar a imagem, e a imagem vira troca alta, vira o perfil, sendo que o texto pode ser pobre, ou pode agora, com a inteligência artificial, ser criado como se fosse do usuário, desde pensamentos filosóficos que nem lê para saber do que se trata, como mentiras mais elaboradas nas questões de ordem profissional ou golpes de qualquer Natureza.

       A tendência de uma mente irrequieta frente a essas novidades extraordinárias, é que o ser humano como elemento passivo de transformações tecnológicas da qual não faz parte na sua confecção do sistema em si, ou dos inúmeros sistemas componedores desse complexo mosaico, esteja se fragmentando muitas vezes, quando apenas necessita de algo mais presencial, no mínimo algo que diste um pouco das relações de mercado, pois obviamente estará quiçá já saturado de tudo o que vê ou percebe na rede, quando vivencia uma experiência humana mais simples, como um afago sincero, ou algo de se perceber partícipe da vida sem necessariamente fazer parte da plêiade sincronizada do Poder.

       A vertente inumerável de corporações e interesses de capital transnacional quer naturalmente impor sua potência imperial em países mais pobres, como capital cultural que estabelece regras, e aí na verdade podemos, um país como o Brasil, nos aproximar – já que a guerra comercial é inevitável – daquelas nações que agreguem a nós mais conhecimento, mais ciência transformadora de como fazer um trabalho de comunicação, e não ocultar através de artifícios enganosos o procedimento de algo, como se imaginar a realidade fosse tarefa de adultos, e como se as nossas crianças só possam ingressar em uma universidade se forem da elite econômica, na velha modalidade da “seleção natural” de um império falimentar.

       Quando nos percebermos que farão de tudo para minar a vitória que aí está, entrarão finalmente com o velho discurso do apocalíptico mundo messiânico do fim, com a guerra de fato, transformando – ou tentando – as nossas florestas em verdadeiros neos Vietnames, na tentativa atávica de atacar o novo mundo que surge, com a negação de sua própria derrota. No entanto, sempre é tempo para que alguns mandatários da guerra pela guerra saiam do seu pedestal, quando pensem no destino da humanidade e abandonem seu egoísmo em negociar com sua indústria bélica...

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