quarta-feira, 31 de julho de 2024

AO REDOR DO ALGO


Tentamos ver algo, em derredor do em si,
Não nos colocamos no lugar do ser que supomos ser falho
E não vemos a magnitude de nós mesmos nesse espelhamento tácito
Quando o fazemos sob a égide do preconceito que supostamente nos daria uma razão…

Tateamos, vertemos sombras sobre o nosso olhar
E o serenar de nossa atitude nubla, e ficamos inebriados por ruídos da existência
Como que querendo que a resposta se nos dê em um viés de projetores
Ao sentirmos que tudo se torna uma meta, e todo o objetivo nem por isso é alcançado.

Recuamos sob a atitude de um outra razão que nos revida
E não concebemos essa atitude como um bom sinal, apenas ficamos na defensiva
E por mais que se nos brote a sensatez, um orgulho nos infla o ego nos preparando para mais uma ofensa
A título de descartar o que pensáramos fosse a real batalha, contra aqueles que porventura sequer saberiam de alguma contenda.

Pensamos que nos protegemos quando inferimos o ataque antes mesmo de meditar no ato
E aquilo que se pensa ser defesa nos atinge em cheio no gesto que não esperávamos
Que em nós mesmos nos silencia, posto de merecimento do que mal estivemos usando o outro
Para o fim maquiavélico da sustentação do que imagináramos fosse estratégia, seja marketing pessoal ou coisa que o valha…

Lemos algo que nos parece grande, aí passa uma mensagem em algum display dizendo:
Encontre-me no bar mais próximo que estarei te esperando para relembrar aqueles tempos
E estaremos afeitos a uma afeição que reza na memória imediata de um prazer, mesmo efêmero
E, distantes de tudo, o que lemos já o apagamos da consciência, e o que leríamos depois passa direto frente ao que já bebêramos no algo que aparentemente fazia algum sentido.

Posto sim, posto não, o que antes conhecíamos se vai, e o contato fica restrito a um adeus que não lemos
E o cheiro de algo se nos nubla a fronte, e quando vemos acordamos diante da realidade que, mais ou menos,
Vai se distanciando do que passara como algo concreto, mas que de antemão já sabíamos que não importa mais
Que aquela memória da consciência se nos tenha interrompido um fluxo positivo, onde sequer paramos mais na memória do que não é.

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