segunda-feira, 29 de julho de 2024

INQUIETAÇÃO CORPÓREA


Por vezes nubla um tempo de um dia
Quando um espírito sublime se-nos anuncia
Querendo a nós, um si mesmo, algo de monta, gigante,
E a dor da inquietação corpórea se traduz na semântica indiscreta
Quando pensávamos que temeríamos por algo, uma dor qualquer
Ou o intraduzível pajé que mal sabe que retiraram sua árvore
E que tenha virado cepa entre os muros de um deserto…

E essas vezes não são tristes, é como chegar no dia seguinte rumo à aurora
De um dia qualquer, um ente cortes de chegada, um ritmo sonante perante a lua
Quando a poesia se nos brote do esculápio, ou quando o trinar sereno de um morcego
Seja percebido mais adiante, qual antena que percebe o ser que se esconde na futura noite…

Outros dias chegam, e a faxina de uma trabalhadora foi realizada, alguns enfermos
Claudicam em seus leitos no hospital, e o que seria o dia de uma solidão anunciada
Nada mais é do que algo a se dizer de uma página, algo de literatura
De um verso que esquecemos de soletrar ao filho que não tivemos
Ou a ternura escondida sob o manto de uma erva quando pressente o gosto do Poder.

Nenhum comentário:

Postar um comentário