sábado, 15 de abril de 2023

DIVAGAÇÃO DA ORDEM EM SI


Letra que seja, que se brote a palavra, tão cedo como a água
Que de olhos luminares, como a página não escrita, verta
No desfeito do chumbo líquido, no ourives redescoberto no planeta,
No mercador que esquecera de comerciar, na planta que veste o breu
De um desconforme marcador de livros perdido em um sebo
Onde jamais marcara nada, mas se borrara do tempo inquieto
Quando o nanquim dos milênios se debruçou sobre sua longitude...

Quem dera o perfume que não encontro em mulher alguma
Seja a substância do sexo inquieto que ela esquecera na esquina
Quando se despira de todo o pudor para realizar seus sonhos
Que guardava secreta na alfombra de sua juventude
E que agora tece silenciosa com a sabedoria materna!

Estranho seria o sentimento, no entanto, daquela jovem
Que depositara tudo o que tinha em sua algibeira
Na questão de viver em um continente que o poeta sequer conhece
Posto serem partes da mesma carne em que o planeta
Racha seus propósitos, e que perfazem questões de uma mesma ordem...

Estranhas conexões se tornam o ouro de uma plataforma negra
Ou quiçá o óleo que brote da virtude de se ter o óleo negro
Quando sabemos que a águia se dispõe a cruzar nosso céu
No que subentenda-se não estarmos preparados na hora certa
Que algum filósofo alemão já previra, mas que a paz esteja certa
De que nem toda a luta tergiversa sobre o escol de sangue
Quando sequer desconhecemos o que seja a dimensão de uma guerra!

Não chorem mais, crianças antigas, não chorem suas lágrimas de fel
Ou não pressuponham aqueles que pensam que tem raça
Que sua cor seja a insígnia de um significado,
Posto se são unidos por alguma máfia que lhe teça apoio
Esperem ao menos ver o sol nascer nos braços da criança deformada
Que armaram para ser uma futura guerreira do nada
Recebendo o chumbo por seu rosto sem jamais ter ido ao cinema com pipocas...

Nesse olhar, nesse território de ninguém, saibam que o crime não é conduta
Quando a ordem que se peça não é justificar algum tipo de fascismo
E nem pretender uma subversão contra a democracia
Pois essa corrida aquilatada pelo nada é o encontro de uma ignorância
Que depende de todo um processo de Governos, ainda assim sob o escopo do voto!

No que dependa de algo, cada país tem a sua sentença, e mesmo que nos alinhemos
Com questões inerentes ao nosso processo, à nossa democracia, saibamos que outros
Estarão defendendo seus interesses, pois a história da sociedade humana vem da riqueza.

É triste ver que nem todo o discurso se ajusta ao método de muitos, mas a metodologia
De um linguista treinado por todo o berço de seus dias, saberá mais na proforma da linguagem
Que nada é vão se suas letras ao menos não puderem alcançar a pátina daqueles que ainda creem
Em algumas certezas disciplinadoras de um aluguel de frotas, onde a permissão de outra nação
Seja o futuro fator invasivo que se tentará sempre, desde que tenhamos o cuidado
De que sejamos cientes ao menos nos textos que nos orientem a direção consagradora
Na estratégia imanente de ao menos saber que a rosa que se segura pelos espinhos
Dirá a você, negro igualmente preconceituoso racial, que a cor que porventura carrega
Não lhe impõe atitude de ódio, mas a consciência de nascermos com cor ou não
Tem a mesma superfície do corte que ocorre nas veias de uma américa que desconheces!

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