quarta-feira, 5 de abril de 2023

DEUS NÃO LANÇA DADOS


Não nos abespinhemos, como se desse na aurora, a cada dia
Um braço a mais trabalha, um homem tece mais palavras
E estas a mais sejam algo do braço ferramenta, de ambos
Ao que um infira seja mais vulnerável, e todos somos de carne e ossos
E que, porventura, estamos cada vez mais ilesos com a nossa invisibilidade
De sermos apenas quem somos, posto se não o fora assim os dados de Deus
Porquanto não estariam lançados, e efetivamente Deus não os lança
Quando Einstein descobre finalmente que sua teoria ainda era incompleta!

O poeta ainda quer crer que a Natureza é a manifestação de seu Poder Superior,
O algo que transcende essa transcrição material, como algo circunflexo
Em que as substâncias não são necessárias à compreensão mesma da poesia
Posto onde residir a sobriedade a serenidade vira o escudo quase transparente
Como em um firewall que protege nossos sistemas mais únicos
Quiçá com conformação na aleatoriedade e poder de fogo superior ao megaton do neon!

Ao vento não se resista, mas àquilo que vem com ares de monta de ferros e armas
Conforme um significado que passa por uma ausência mesma dos significados
Posto sermos maiores do que um tempo que não surja melhor do que um lote anímico
Perfaz que a tessitura do sonho ao menos aninhe com suas carícias a noite de um niño!

Relacionar-se, a um casal, como por exemplo, daquilo que era relativo, não supõe
Que o paradoxo que os separa enfeixe o diálogo que exista por vezes no amplexo da presença
Quando, na realidade, algo de concreto consubstancie a supressão das diferenças relativas!

Não se torne motim o que é Natureza essencial, haja vista que encontrar com o oxigênio
É dádiva corriqueira, bastando para isso estarmos mais perto do mar, e respirarmos, como sempre,
O que nos é dado nas narinas: sobre o ventre um diafragma que esteja conforme
Ao coração involuntário de todos os dias, arguindo-se que estejamos com a saúde em dia
E que, portanto, a recuperação de um, frente ao todo, permita prosseguir a vida em companhia do sol: trigueiro como nossa pátria! 

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