quinta-feira, 3 de novembro de 2022

QUAL NÃO FOSSE O SENTIR

 

A palavra é a palavra, não menos, não mais…
Consubstancia-se no gesto, no pregar um prego,
No amarfanhar um tecido, em uma cirurgia atenta,
No lócus igualmente amarfanhado de um trânsito
Ou no transudar de um poeta.

Não, que nada queira ferir ao próximo
Pois estará ferindo as próprias chagas de quem nos salvou!

Não que de pecadilhos não enverguemos cenários dantescos,
Mas que não se ignore as frentes que se erguem pavoneando devaneios
Dentro de turbulências com passes livres para sacar a liberdade dos homens…

Não, que não se faça compulsoriamente o mea-culpa de anos
Quais sejam os mesmo anos que ensombrecem o prazer ilibado
Dentro da esfera súcubica de uma paráfrase ensanguentada fora do Evangelho.

Baste-se um dia por vez, basta-se saber que uma reunião por vezes é um teatro
Onde os fantoches choram as lágrimas amargas da frieza, ignorando que Deus
Não é um nome, não é um contexto, não é um contrato e não é compulsório:

É por vezes factual naquele que sofre, mas em seu nome não – jamais! - se faça sofrer.

A culpa da humanidade está igualmente na cepa que resta, no clamor de uma floresta
E não especial e retoricamente falsamente emancipatória de quem dormiu com quem.

Sim, o tempo passa na vida de um Monsenhor, o tempo passa menos na tessitura do templo!

Aquela imagem cruzadística reverbera em um lance de olhar que falta, naquilo de se ouvir
Dentro da obediência tépida e cega dos inocentes de espírito, dos que jamais se arvoram
Da dignificação refratária onde a poesia apenas prescreve que a luta não é lutar…


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