domingo, 10 de abril de 2022

RETIRADA OU RECUO

 

Nas modalidades de algum enfrentamento
Não se diz ao certo as cartas que deixamos oclusas
Quando se toca ao menos o verticilo do estofo
Nas franjas de uma vestimenta ou outra
Que por um obséquio não nos rotule
Quando o que queremos é apenas ser autênticos.

Se nos toque o condão da esperança,
Se nos dite o quinhão das regras
Não nos avente a possibilidade da ilegal
Maneira de ser quando evitamos as carapuças!

Nos mantras que sabemos serem reais
Não serão os megafones da vida
Que nos retratam o que não somos
Qual se nos enquadrassem em uma esteira
Onde a fábrica nos esquece incompletos
Nas peças que necessitamos para funcionar…

A vida das letras, para um poeta, é ímpar
Na qualidade de sermos quem somos
E não nos termos inexatos de um viés
Em que não sabemos ou supomos sermos
A própria existência que nos reduza o quinhão da vida.

Sabermos mais significa apenas o significante
De outros significados compartidos suficientemente
Quando a auréola de nossos lados deferentes
Nos remonta aquela versão da vida em que não somos jamais.

A garrafa que somos sofre de uma rotulagem
Que se nos emplacam quais fantoches
Na opinião alheia sobre o nosso próprio opinar
Nas veredas em que se reduz o vaticínio
Daquilo que jamais quisemos ser!


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