Todos somos abertos para canais perceptivos,
como os olhos, os ouvidos, o tato, etc. Cinco são os sentidos na
forma humana e, apesar de sermos racionais, não possuímos por vezes
o acurado sentido de um outro ser, como o olfato nos gatos e
cachorros, ou, em se tratando de força, proporcionalmente, bem
entendido, a tração de uma formiga ou a amplitude sônica de uma
cigarra. Somos todos criações de Deus, e Este está presente em
tudo, até nos átomos. Essa – a onipresença – é um de seus
atributos incompreensíveis, dentre bilhões deles, que nossa
capacidade de comunicar e compreender torna-se extremamente limitada
ao alcance da infinitude do Criador! Alguns pássaros predadores como
o falcão alcançam uma velocidade de mergulho de mais de trezentos
quilômetros por hora, com suas asas que fazem parte de seu corpo, o
próprio mergulho típico de sua Natureza, para comer quando possui
fome, sem acumular. Animais como a formiga acumulam por uma questão
de fragilização de sua dimensão, o que leva a serem mais
coletivizadas e possuírem formigueiros ou tocas onde se reproduzem e
comem do alimento, dentro de labirintos que desafiam a arquitetura
gigantesca humana, na sua capacitação de erigirem seus espaços de
forma célere e avançada, em túneis e espaços na terra conformes
com a sua própria lógica, tão antiga quanto o nosso planeta Terra.
Similarmente, temos um exemplo de força, que é a capacidade de
impulso das patas de um gafanhoto, de um grilo ou quaisquer,
aproximados. Quando pertencemos a um diálogo e compreensão perene e
cotidiana com os elementos físicos da Natureza, haveremos de
perceber que a nossa espécie não é superior às outras em muitos
quesitos, o que nos faz refletir sobre a expropriação do lócus
vivendi dos seres em geral, e obrigatoriamente passamos
compulsoriamente a fazer uma revisão de nossos atos perante a mesma
Natureza citada. Os pássaros pequenos, por exemplo, a um custo de um
nascituro simples denotam a maravilha da existência, o que nos faz
projetar um jato, mas a custo estratosférico. Não existiriam as
máquinas de voar se não existisse o pássaro, nossa referência
como se estudou o empuxo das asas, ou como funcionam as hélices, com
o seu empuxo motor: catando-se o ar na frente e mandando para trás,
o que igualmente funciona com outro fluido, outro meio, como na água.
Ou em uma pedra, quando imensos tatus de aço furam quais brocas
geniais as muralhas, na prospecção ou abertura de túneis.
Inegavelmente nosso engenho percebe e realiza muitos objetos,
máquinas, displays, em um universo de gadgets quase
intraduzível e, no entanto, por vezes até meio confusionista para
quem não possua muita ingerência intelectiva para a compreensão
correta do uso das ferramentas e outros utensílios.
A razão
nos encaminha para que teçamos as nossas falhas sensoriais, dentro
do escopo do conhecimento, do saber como – know how –
dentro de uma capacidade produtiva, ou seja, seria inimaginável
conceber um mundo sem a ciência, tanto material quanto espiritual.
Posto que, nessa última esfera, concebemos forças e o anímico pode
também ser mola propulsora em nossas existências. A cada um seja
dado o direito de credo a cada qual suposto, incluso o não credo.
Não importa nada o que move existencialmente um ser humano, desde
que este não incorra em erros crassos na vida em sociedade.
Pertencemos a um universo em que fragmentariamente montamos nossos
sonhos que resultam de percepções sensoriais diversas e
fragmentárias. O Todo é uma razão do hólos, ou seja, sejamos
complacentes no sentido de saber que a física newtoniana não é a
última palavra, pois os questionamentos pertinentes ao tempo e ao
espaço já possuem prerrogativas avançadas. Presume-se que não
conheceremos melhor o cérebro se não transcendermos o mero
mapeamento dos estímulos e repostas. Somos fragmentados
sensorialmente e a escala de interface entre o que sentimos e
percebemos da realidade ou da fantasia tão recorrente na nossa era
dialoga rapidamente com o cérebro, mas por vezes não se traduz em
respostas cabalmente verdadeiras, como ocorre por vezes em um
algoritmo implantado. Só se rompe esse fragmentar-se se tivermos
referências repetidas com relação ao entorno imediato, seus prós
e seus contras. Esse reencontrar-se com o senso de realidade
remete-nos ao encontro mesmo com a atitude em que finalmente
incrementamos nossos veios perceptivos a uma abordagem mais ampla e
mais salutar mentalmente.
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