terça-feira, 5 de abril de 2022

ENGENHO

 

A cana-de-açúcar
O mote sem pé
Vida escorrida
Coisas que vertem
Poesia que vem
Ou que vai na onda
Do que não existira
Do fiel da navalha.

Coração solitário
Em geração noviça
Que remonte um astro
Que verta mais um dia
Em que tentamos ser
O outro lado do mundo
No que se verta das vias
Quando se revista
No parecer oposto
Daquilo sequer pensado…

O título qualquer,
A metáfora de uma terça
O viés oculto
Será o mesmo que não ser!

Apaniguados retornos
Ensombram estranhas estratégias
No lote de palavra
Que seja mais longa
Na parecença sem nexo
Quando faltamos com o dever.

Véus da tormenta
Nave na tempestade,
Solo calcinando corpos,
Guerras quentes,
Escopos invisíveis
No melaço da cana-de-açúcar.

Olhar de mulher cobiçada
A outro que é neutro
No parâmetro duro
E na sede pelo poder
Ensimesmada no inglório
Procedimento cabal
Irrisoriamente atual…

Cabeça pensativa
Tronco da primavera
Reunião da saúde
Ou a vestimenta da prece.

Que saibamos o total
Para não perecer em detalhe
E que a força descreva
Com um relatório sucinto
Aquilo que esperamos
No dia que não retrai
Do subjetivo modo
Aquilo que devemos
Por ensinar em palavras
A vida que esquecemos
No regaço da esperança!


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