sexta-feira, 8 de abril de 2022

A RESPOSTA CUMULATIVA

 

Cedo é o tempo de se deixar cigarros no maço
Quando lembramos de que a tragada se aloja mais tarde…

A letargia de prosseguir caminhando com pés cáusticos
Pode nos presentear com estranhos troféus que deixamos
Para um inglês ver que saímos bem de uma situação
No adentrar-se a outra que nem temos sua noção exata!

As respostas que não hão de haver não nos negam quase nada
Quando a repetir se queira, no pressuposto de negações cerebrais.

Não que se não queira, mas o querer por vezes é tão profundo
Quanto um gesto que não se ensaia, mas que brota – inconsciente –
Naqueles dias a mais em que não temos a referência das padronagens.

E aí beber-se a si mesmo não importa, na metonímia comparativa
De uma ordem advinda de Deus, assaz importante, nos casos
Em que – de perdidos – estamos em naus de envergadura oceânica.

A propor, que se nos propusemos, queiramos ser a mais do diferente
Que não diste de um pressuposto de reparação, a ver, que mais adiante
Podemos prosseguir juntos, sem o temor de frases curtas e inacabadas
Aos lauréis de uma infâmia que pode parecer natural àqueles
Que carregam máculas e vertigens em seus flancos sutis da normalidade.

A bela assertiva possa ser conosco voz viva, voz sonante, voz trivial
Na sua simplicidade de apenas aceitarmos aquilo que nos parece um ruído
E que, no entanto, por vezes não dista tanto assim da sensatez celebrada.

A dizer, por dizer, assim mesmo, que seja, entre outras expressões inusitadas,
A poesia sempre vai comer, onde estiver, o alimento que não existe propriamente
Mas que se revela apenas em um único grão de areia para saciar a sua fome!

Muitas são as musas do poeta, muitas são as veredas,
Assim como não muitas palavras constroem
Um outro significante não esperado pelos comuns,
Mas vivificado em – quem sabe – afirmativos contextos…

Far-se-á esperança mesmo em terra calcinada,
Mesmo em rocha de concreto cru e cinza,
Mesmo em residência que não exista como concebemos,
Mesmo que tenhamos óbices inescrupulosos como a vespa.

Na mordida que damos no pão, no sorver de uma amora,
Na mendicância dos inocentes, na vida que vibra em si,
No falar ruidoso de uma matraca, convenhamos, temos a nós mesmos
Os requisitos pungentes de uma senda a caminho da espiritualidade:
Mesmo que esta faltara, como tantos são os impulsos da maldade
Que evanescem em métodos tão ineficazes quanto seus atos
Em uma realidade que tergiversamos apenas para mais uma revelação.


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