domingo, 11 de dezembro de 2016

A MODELAGEM NO PANORAMA GEOMÉTRICO

            Dizia Cèzanne, em seus tratados da pintura, do surgimento cubista no século passado, que as formas mais primitivas da geometria poderiam traduzir toda a Natureza, justamente modelando as transições com os cinzas coloridos, que mais não seriam do que a mistura de cores complementares. Figura imponente de genialidade, mostrava ao mundo o surgimento de um canal de expressão de importância vital, que seria mais tarde redescoberto por meios que hoje já estão utilizando em uma geometria com suporte nos sistemas de computação gráfica, sem que lhes dessem o crédito de uma antena gigantesca que previa o surgimento da tridimensionalidade, no rebatimento da história da pintura que hoje passa ao largo das escolas que não se aprofundam por esses esteios culturais da humanidade de vital importância para se compreender o mundo.
            As entidades geométricas de hoje, em um bom software de computação gráfica, permitem modelagens precisas a partir de formas primitivas como um cubo, uma esfera, um cone, um plano e etc. Dessa textura que por vezes inexiste na Natureza, se vê um game, por exemplo, como algo que treina, mas que voltemos sempre à superfície da pintura, pois o fazer passa pela integralidade dos processos, e há ainda gerações que passaram pelo processo artesanal da produção, e o industrialismo remonta usual e necessário, como no comércio a manipulação humana dos alimentos traz à tona um mecanicismo que não suplantará os tempos, já que existe o ser laboral como um gatilho tão antigo que remonta a nossa história desde o primeiro processo das ferramentas, em um espelhamento cabal de termos que traduzir a informática como uma ferramenta avançada, não mais do que isso, pois por além é mito com um estereótipo de uma fronteira ilusória. Justamente a fronteira do que somos e do que passamos a ser, em que o meio que utilizamos não possui jamais bateria perene, em virtudes de circunstâncias climáticas que impedem a passagem de correntes de energia que dão o suporte a qualquer tipo de escala de produção. Seja industrial, de serviços, no aparente mundo inquebrantável da informática em que, paralelamente ás informações e seus grupos de perfil quase aparente pela conveniência algo reflexa de neocostumes, passamos a inibir a fluência e necessidade da forma inequívoca do pensar, recorrente enquanto esteio, e não apanágio.
            O meio este de que falamos possui uma raiz, um endereço chamado ID, de cada máquina. Suas senhas se mostram meros artifícios para aqueles que sabem ingressar em sistemas, possivelmente graças a arquiteturas plasmadas por grandes corporações, que passam a ingressar como querem, vender informações, trabalhar com dados, enviar para matrizes seus protocolos e blindar quase inocentemente uma vitrine em que se vê, como nas ruas os sistemas de controle e segurança, que podem vir a agregar muito mais complexidade, posto sistemas situados em uma espacialidade versus bidimensionalidade de acesso à qualquer pista ou informação. Ainda não chegamos ao tempo de vermos um espaço tridimensional real a partir do espaço de uma rua, por exemplo, mas o rebatimento de espaços recriados em simulações orientadas não ao treino, mas à questão investigativa, nos casos de improvisação e serviços de manipulação virtual pode ser considerado uma tendência de sistemas de inteligência algo raros, mas certamente em processos de estudo. Essa é uma plataforma de meio em que nos encontramos hoje, nos países que supomos mais “inteligentes”. A sintaxe vira um papel ao avesso, e o uso deste carimbo pode se tornar um fracasso total, frente ao simples recrudescer de uma chuva, esta um dado não carimbado, algo que não temos nenhuma inflexão, e estaremos desconexos justamente por estarmos tão “plugados” a certos meios de trabalho, que deveriam estar presentes sem segredo nas mãos de uma sociedade, e a serviço desta, indubitavelmente! Quanto ao endereço de cada máquina, nunca haverá integração suficiente para administrar toda uma parafernália em que os consumos ininterruptos criam espaços de novas e novas galáxias, em que o céu é o espaço magnético, as ondas chegam por satélites e a ciência cerebral – para um exemplo concreto da ciência – ainda engatinha em seus mapas procedurais e funcionais.
Todo um sistema da economia, planificado a partir dos eixos que coordenam esse neoliberalismo sem “fronteiras”, revela o chumbo dos muros, a contenção, a diáspora, a espionagem sem limites, um tipo de voz crua a invadir nossos recônditos segredos, justamente quando não temos a noção do que é ter um limite na expressão de nossas ideias. Trata-se, para se fazer uma relação com o outro parágrafo, da palavra neo: algo novo; liberal: livre, libertário, que consente. Apenas um rótulo. Encapsulando as frentes dos países que querem verdadeiramente se tornar independentes, quando sinceramente pensam em manter a hegemonia de suas matas, a circunscrição pacífica de suas fronteiras. O neoliberalismo veio antes de Marx, originou seus estudos, erigiu seu grande tratado. Inquestionavelmente, Marx soube modelar a história das riquezas, dissecando profundamente as estruturas produtivas e mostrou ao mundo que em termos do setor econômico passa a criar a última grande obra de referência sobre a matéria, como se através de um simples cubo, seus seis lados, oito vértices e doze arestas, se fosse o panorama econômico de um planeta, mostrasse a Natureza de cada lado, de cada vértice e de cada aresta, em que cinco lados podem estar sobre a face apoiada na superfície, esta sob o peso da opressão do objeto que se tornara a relação que pode ser espelhada propriamente na matemática geométrica e que, ao se revezar e permitir que o cubo se torne o seu próprio dono. Os objetos podem assumir sua própria natureza material, e modelarem-se conforme a experiência de sua própria superfície. A velha questão da simplicidade de uma forma primitiva para poder designar qualquer relação entre seus elementos, que fossem apenas um plano-face, uma linha-aresta, um ponto-vértice. A simples questão de que o neoliberalismo, enquanto ferramenta de dominação injusta e desumana, deve ser considerado eticamente passado. As leis da independência das nações devem se lembrar desse fato, ou seja, como se constrói um país, e não como sucatear seus serviços essenciais, como de fato ocorre no Brasil.
Da importância de dizer apenas, esse é nosso domínio, é da natureza humana pensar, como é da natureza inequívoca do planeta reagir, apesar dos desmandos do homem em relação a ele serem mais do que impróprios, na verdade insanos... Contarmos com uma compreensão crítica do que vemos por adiante em nossos pequenos espaços, nossos pequenos mundos quiçá nos permita que vejamos a vastidão de nossa aldeia, pois quem sabe sejamos mais quixotescos do que queiram nos ver. Quem sabe Shakespeare nos ensine, quem sabe Fernando Pessoa saiba um pouco, Camões e tantos outros. Não necessariamente devamos entrar em processos muito complexos, pois o barco navega na calmaria, e é nessas horas de termos definido uma boa modelagem que paramos e – quem sabe – fumamos um cigarro pensando na vida...

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